Por Dhara Ranasinghe e Abhinav Ramnarayan
LONDRES, 31 Mai (Reuters) - Os custos dos empréstimos da Itália caíram acentuadamente pelo segundo dia esta quinta-feira, com as notícias de que um dos maiores investidores institucionais do Japão quer comprar dívida de curto prazo italiana a ajuadarem a estabilizar um mercado atingido por uma crise política em Roma.
O director de investimentos da Japan Post Insurance Co. 7181.T disse à Reuters que a empresa, também conhecida como Kampo, quer comprar títulos do governo italiano de curto prazo, depois da recente venda as ter tornado baratas.
Com mais de 700 mil milhões de dólares em activos, a Kampo é um dos maiores investidores japoneses.
Na terça-feira, os juros a 2 anos de Itália registaram o seu maior salto diário em 26 anos, com temores de que novas eleições na terceira maior economia da zona do euro possam fortalecer a mão de partidos anti-establishment.
Nos últimos dois dias, porém, a estabilidade voltou aos mercados de títulos italianos - em parte, graças a esforços renovados para formar um governo e evitar novas eleições.
Além disso, duas pesquisas a mostrar que a maioria dos italianos quer permanecer no euro dissiparam alguns receios de que o sentimento anti-euro se estabeleça em Itália.
"Para um macro investidor, aquele que não está restrito a questões de mercado, comprando dívidas de curto prazo aqui ou olhando mercados desde uma perspectiva fundamental e não prestando muita atenção a riscos de manchetes ou acções de preço de curto prazo, é sensato". disse Peter Chatwell, director de estratégia de taxas da Mizuho em Londres.
O rendimento das obrigações a 2 anos de Itália caiu 95 pontos base para 1,03 por cento IT2YT=RR , confortavelmente abaixo dos máximos de 5 anos atingidos esta semana em cerca de 2,7 por cento.
Os investidores japoneses são grandes compradores de títulos de dívida do governo da zona euro e, portanto, a sua atividade é acompanhada de perto pelos mercados.
Eles compraram um valor recorde de 2,57 mil milhões de dólares em bonds espanhóis em março, segundo dados do governo japonês.
(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)