Por Sergio Goncalves
LISBOA, 24 Mai (Reuters) - O ministro do Ambiente anunciou que quer encerrar a poluente central termoeléctrica a carvão do Pego - detida pela espanhola Endesa , japonesa Marubeni e francesa Engie - em 2022, quando Portugal terá reforçado a aposta em energias renováveis.
O objectivo é fechar também a central termoelétrica da EDP (SA:ENBR3) em Sines, a maior do país, até 2030, referindo: "a vontade era encerrar o quanto antes, mas só podemos encerrar com segurança energética quando tivermos energias renováveis a produzir mais quantidade, por razões de segurança de abastecimento".
Explicou que, para tal, é preciso fazer mais um investimento de 7.000 milhões de euros (ME) em fontes de energias renováveis, "particularmente no solar, que têm ainda que crescer bastante".
"A boa notícia é que a central do Pego vai mesmo encerrar muito pouco depois de 2020. Estamos a trabalhar com o objetivo de, em 2022, essa central já ser encerrada", disse José Pedro Matos Fernandes aos jornalistas em declarações televisionadas pela TVI.
Os accionistas da central do Pego - a Endesa ELE.MC da italiana Enel e a Trustenergy da Engie ENGIE.PA e da Marubeni 8002.T - já tinham dito estar disponíveis para fechá-la em 2021, quando termina o actual contrato de aquisição de energia (CAE) associado.
Quanto à central de Sines, a EDP-Energias de Portugal tem criticado o agravamento da carga fiscal sobre a produção de electricidade a partir do carvão.
O Governo prevê que as fontes de renováveis em Portugal representem 47% do consumo final de energia e que o peso da electricidade nesse consumo seja 37%. Em 2030, a energia solar deverá pesar 30% da capacidade instalada renovável.
A EDP planeia investir 12.000 ME até 2022 para impulsionar a aposta em renováveis sobretudo na América do Norte e Europa, prevendo encaixar mais de 6.000 ME com rotações e vendas de activos, reduzindo a exposição na Ibéria.
Visando optimizar o seu portfólio, a EDP quer cristalizar um valor superior a 4.000 ME com rotação de activos e adicionalmente encaixar mais de 2.000 ME com alienações, querendo reduzir a exposição à Ibéria/'merchant/'térmica.
As acções da EDP seguem a subir 1,87% para 3,324 euros. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)