Por Sergio Goncalves
LISBOA, 8 Fev (Reuters) - A Caixa Económica Montepio (LS:MPIO) Geral (CEMG) anunciou um lucro de 30,1 milhões de euros (ME) em 2017, contra o prejuízo de 86 ME em 2016, apoiado em subidas robustas da margem financeira e comissões, bem como num disparo dos ganhos de trading.
Adiantou que a margem financeira - diferença entre juros cobrados os empréstimos e pagos nos depósitos - subiu 4,3 pct para 263,9 ME, "suportada na redução dos custos de financiamento, nomeadamente do custo dos depósitos a prazo e da dívida emitida".
As comissões líquidas subiram 15,3 pct para 117 ME, "beneficiando da dinâmica comercial na adequação do preçário à proposta de valor do grupo".
Os resultados de operações financeiras ascenderam a 72,8 ME, contra 35,8 ME um ano antes, após realizar 73,4 ME de mais-valias em títulos de dívida soberana portuguesa.
"O resultado líquido (...) foi assente nas evoluções favoráveis do produto bancário, ao beneficiar da recuperação do negócio core, dos custos operacionais e das imparidades", disse o banco em comunicado.
Destacou a sólida base de depósitos de clientes, atingindo 12.561 ME em 2017, ou mais 969 ME face a Março de 2017, "refletindo o efeito da dinâmica comercial imprimida em 2017 e representando 62,1 pct das fontes de financiamento".
Adiantou que tem uma forte posição de liquidez com um rácio LCR de 153,4 pct, 73,4 pp acima do requisito mínimo regulamentar de 80 pct.
CUSTOS, IMPARIDADES CAEM
Os custos operacionais em 2017 tiveram uma redução homóloga, em base comparável, de 9,3 pct para 268,3 ME, "para o qual contribuiu o processo de racionalização da plataforma operativa, proporcionando uma melhoria da eficiência operacional, contribuindo para que o rácio Cost to Income se situasse em 53,1 pct".
O total de imparidades e provisões constituídas em 2017 teve uma redução de 35,9 pct para 167,7 ME, "para a qual contribuíram a redução das imparidades para crédito, para outros ativos e para ativos financeiros".
O custo do risco de crédito situou-se em 94 pontos base (pb), menos 25 pb que em 2016, beneficiando das alterações introduzidas na política de análise de risco para concessão de crédito.
Explicou que houve uma redução de 52 pct no montante das entradas de novos créditos em incumprimento, enquanto o rácio de crédito em risco desceu 2,5 pp para 12,7 pct.
A cobertura do crédito em risco situou-se em 56,7 pct, que sobe para 119,3 pct "considerando as imparidades e as garantias hipotecárias associadas".
MAIS CAPITAL
O rácio de capital Common Equity Tier 1 (CET1) subiu para 13,5 pct e o rácio de capital total atingiu os 13,6 pct, mais 3,1 pontos percentuais (pp) e mais 2,7 pp, respectivamente.
Explicou que o reforço da posição de capital incorpora os efeitos positivos da geração orgânica de capital, do reforço dos fundos próprios de base e da descida dos ativos ponderados pelo risco em 843 ME para 11.987 ME.
"Os rácios de capital encontram-se acima dos níveis prudenciais que serão exigidos a partir de 1 de julho de 2018 no âmbito do Pilar 2 de Basileia (nos termos do SREP- Supervisory Review and Evaluation Process)", frisou.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)