(Acrescenta citações primeiro ministro Portugal, background)
Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 22 Abr (Reuters) - O primeiro ministro de Portugal urgiu os líderes europeus a avançarem com emissão pela Comissão Europeia de dívida conjunta entre 1 milhão de milhões de euros (ME) e 1,6 milhões de ME para recuperar a economia do bloco face à crise criada pelo coronavírus.
O Conselho Europeu reúne-se amanhã e vai avaliar a estratégia para relançar a economia europeia face à forte crise que está a enfrentar devido ao surto de coronavírus.
"Do Conselho Europeu é fundamental que saia uma resposta forte e clara...ou mutualizamos os esforço da recuperação (da economia europeia) ou só estaremos cá todos para mutualizar as perdas", alertou António Costa, no Parlamento português.
"O que está em causa é a fragmentação ou a unidade do mercado interno, é a recessão ou a prosperidade do mercado interno", disse, referindo que esta "deve ser a principal preocupação dos países "que mais benficiam do mercado interno porque serão aqueles que mais perderão com a sua fragmentação".
Explicou que "deve ser seguido o modelo - já adoptado pela Comissão Europeia para a criação do mecanismo de apoio ao emprego - através da emissão de dívida pela Comissão Europeia, ainda que mediante a garantia dos Estados Membros".
"Essa emissão europeia de dívida é fundamental para constituição rápida de um fundo com a magnitude daquilo que estamos a falar de entre 1 e 1,6 biliões de euros (milhões de ME", disse o primeiro ministro.
Em 9 de abril, os ministros das Finanças da União Europeia concordaram em meio milhão de ME em apoio às suas economias atingidas por coronavírus, mas o acordo não menciona o uso de dívida conjunta "eurobond" para ajudar a financiar uma recuperação. acordo foi alcançado depois da Alemanha e a França ajudarem a acabar com a oposição da Holanda no que se refere à questão de vincular condições ao apoio de emergência aos governos.
Na segunda-feira passada, Mario Centeno, presidente do Eurogrupo, disse que os ministros das Finanças se reunirão logo após a reunião do Conselho Europeu e a "questão da dívida" estará sobre a mesa, já que a recuperação dos países endividados é "muito mais complexa". Costa disse que os recursos deverão chegar aos países sobretudo "através de transferências, subvenções e não através de empréstimos".
"É fundamental que se reforcem as dotações não reembolsáveis", afirmou.
(Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)