LISBOA, 5 Abr (Reuters) - O banco português Novo Banco disse na segunda-feira ter concordado em vender a sua rede de retalho em Espanha ao espanhol Abanca como parte da sua estratégia de desinvestir em operações não essenciais e concentrar-se nos seus negócios domésticos.
"Com este acordo, o Novo Banco vende as suas operações de retalho, banca privada e pequenas e médias empresas (PME) em Espanha, incluindo as 10 agências e empregados", disse o Novo Banco num comunicado, sem revelar o preço de venda.
"Esta transacção é um marco importante na estratégia do Novo Banco de desinvestir os seus activos e operações não essenciais", afirmou num comunicado.
O banco sediado em Lisboa - que surgiu das ruínas do Banco Espírito Santo como parte de um resgate estatal em 2014 - vendeu os seus activos internacionais em França, Ásia e Cabo Verde.
Nas suas contas de 2020, o Novo Banco reservou 166 milhões de euros para perdas potenciais com esta venda, que foi lançada em Maio do ano passado.
"O acordo representa a opção de saída mais adequada para o banco, assegurando simultaneamente a manutenção do serviço ao cliente e oferecendo perspectivas atractivas a longo prazo tanto para os clientes como para os empregados em Espanha", afirmou.
Espera-se que a transacção tenha um impacto marginal nas no resultado líquido de 2021 do Novo Banco e que aumente o seu rácio de capital Common Equity Tier 1 em 55 pontos base.
As perdas no Novo Banco de Portugal aumentaram 25% em 2020 para 1,3 mil milhões de euros ($1,5 mil milhões) após provisões para riscos de crédito e de activos e com a pandemia de coronavírus. Novo Banco é o terceiro maior banco de Portugal e é detido maioritariamente pela empresa americana de private equity Lone Star, com uma participação de 75%.
A venda está sujeita à aprovação das respectivas autoridades e espera-se que esteja concluída na segunda metade de 2021.
Texto integral em inglês: Sergio Goncalves; Editado por Ingrid Melander e Ed Osmond; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)