Por Abhinav Ramnarayan e Dhara Ranasinghe
LONDON, Oct 2 (Reuters) - O rendimento do título de 10 anos da Itália atingiu a máxima de quatro anos e meio nesta terça-feira depois que um parlamentar italiano afirmou que a maioria dos problemas do país seria resolvida deixando o euro, o que aprofundou as preocupações do mercado com as finanças públicas do país.
As declarações de Claudio Borghi, chfe econômico do partido Liga, levaram o spread IT10YT=RR DE10YT=RR entre os rendimentos dos títulos italiano e alemão para o maior nível em mais de cinco anos, chegando a atingir brevemente 302 pontos básicos e, enquanto autoridades da zona do euro alertavam sobre um retorno da crise, a diferença de rendimento entre a Itália e a Espanha chegou ao maior patamar de qualquer preço de fechamento nos últimos 20 anos.
A referência à possibilidade de a Itália deixar o euro agitou um mercado que já está abalado com uma proposta orçamentária na semana passada que colocou Roma em rota de colisão com Bruxelas.
Borghi esclareceu que o governo não tem intenção de deixar o euro e o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, afirmou que a Itália está totalmente comprometida com a moeda.
Isso levou alguma calma aos mercados de títulos, com os rendimentos italianos afastando-se das máximas, mas os custos de empréstimos permaneceram elevados devido às preocupações com as consequências dos planos orçamentários da Itália para 2019.
O vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, reiterou que a Itália não vai mudar suas metas de déficit orçamentário.
O rendimento doi título de 10 anos da Itália IT10YT=RR chegou à máxima de quatro anos e meio de 3,44 por cento, recuando depois a 3,36 por cento, ainda 7 pontos básicos de alta no dia.
O rendimento de dois anos tinha alta de 5 pontos, a 1,42 por cento, e o de cinco anos saltou brevemente 21 pontos, a 2,77 por cento, ambos atingindo o maior nível me cerca de quatro meses. IT2YT=RR IT5YT=RR
"Nesse ambiente em que todos estão nervosos, essas declarações somente ampliam o sentimento de aversão ao risco", disse o estrategista do Commerzbank (DE:CBKG) Christoph Rieger. "Cheira claramente a dias de crise."