SÃO PAULO, 16 Nov (Reuters) - A temporada de resultados das empresas brasileiras no terceiro trimestre mostrou desempenho surpreendente em relação ao mesmo período do ano anterior, na avaliação de estrategistas do BTG Pactual (SA:BBTG99), citando análise preliminar, que exclui os números de Petrobras PETR4.SA e Vale VALE3.SA .
"À primeira vista, os resultados...parecem fortes", afirmaram Carlos Sequeira e Osni Carfi, em relatório a clientes nesta segunda-feira, com a temporada dos balanços do intervalo de julho a setembro ficando para trás.
Eles citam que receitas, Ebitda e lucros superaram as previsões do banco em 1,2%, 6,4% e 7,8%, respectivamente, quando excluídas Petrobras e Vale. No consolidado total, com as duas gigantes incluídas, receita (0,1%) e Ebitda (3,3%) superaram as previsões, mas o lucro líquido ficou aquém (-13,3%).
Os cálculos do BTG Pactual mostram que, no consolidado total, houve alta de 11,8% na receitas e de 24% no Ebitda, enquanto o lucro líquido caiu 7,4% ano a ano. Frente ao segundo trimestre, houve elevação de 22,4%, 41,1% e 123,8%, respectivamente.
Excluídas Petrobras e Vale, receita e Ebitda cresceram 12,7% e 17,6%, enquanto o lucro líquido recuou 6,4% na comparação anual. Na base sequencial, receita, Ebitda e lucro líquido subiram 16%, 10,6% e 45,7%.
Ao contrário do trimestre anterior, em que o crescimento anual foi principalmente impactado pelas empresas alimentares, Sequeira e Carfi ressaltaram que desta vez outros setores também deram uma grande contribuição.
Em termos de Ebitda consolidado (desconsiderando Petrobras e Vale), o setor com maior impacto foi novamente alimentar, devido em grande parte a JBS JBBS3.SA e Marfrig MRFG3.SA , mas óleo e gás e papel e celulose também impactaram, em grande parte devido aos fortes resultados de Braskem BRKM5.SA e Suzano (SA:SUZB5) SUZB3.SA
"É importante destacar que a maioria dessas empresas tem receitas atreladas ao dólar. Com a forte desvalorização do real essas exportadoras apresentaram excelentes resultados."
Em termos qualitativos, acrescentaram os estrategistas no relatório, 54% das companhias reportaram resultados melhores do que o esperado, enquanto 26 empresas apresetaram balanços piores do que as estimativas. (Por Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr.)