(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
LISBOA, 13 Abr (Reuters) - O Chief Executive Officer (CEO) do Novo Banco não vê risco significativo que a acção judicial interposta por 'bondholders' possam bloquear a venda deste 'good bank' ao fundo norte-americano Lone Star.
A acção interposta pelos 'bondholders' a 9 de Abril decorre de, em 29 de Dezembro de 2015, o BP ter procedido ao "acto ilegal e discriminatório de transferência de 5 séries de 'notes' no valor de 2.200 milhões de euros (ME) do Novo Banco para o insolvente Banco Espírito Santo (BES)", segundo estes obrigacionistas.
Na altura, esta transferência de 'obrigações' do 'banco bom' de volta ao 'banco mau' permitiu reforçar o capital do Novo Banco em 2.200 ME, que se somou aos 4.900 ME de capital inicial injectado, aquando da resolução do BES em Agosto de 2014.
"Se estou optimista quanto à venda? Naturalmente estou, sempre estive desde o início", disse o CEO, António Ramalho, realçando que entre o 'signing' e o 'closing' há sempre um periodo de ajustes e, se não for concluído "na melhor das expectativas no Verão, poderá ser depois".
"Quanto ao processo (judicial), não acreditamos que haja qualquer significativo risco para que esta operação (de venda) não se possa concretizar", disse António Ramalho em conferência de imprensa, frisando que o Novo Banco já está habituado a ver primeiro estes processos nos jornais.
lembrou que o Estado português já disse que a data - de Agosto de 2017 - para a liquidação do banco "estava preterida" e portanto não é ele que comenta ou acrescenta qualquer comentário.
A 31 de Março, o Fundo de Resolução (FR) acordou a venda de 75 pct do Novo Banco à Lone Star, que vai injectar 750 milhões de euros (ME) iniciais no capital deste 'banco de transição' e mais 250 ME no prazo de 3 anos, ficando o FR com os restantes 25 pct. antes do 'closing' desta operação, o Novo Banco vai ter de fazer uma troca voluntária de um mínimo de 500 ME de obrigações por novas obrigações, que permitirá também reforçar o 'common equity tier 1' (CET1).
Neste momento, o Novo Banco tem 3.200 ME de obrigações séniores. "As acções judiciais estão a ser colocadas por obrigacionistas que não têm obrigações do Novo Banco. Eram obrigações do BES", disse António Ramalho. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)