EURGBP: Eventual alívio da pressão vendedora sobre a libra esterlina em mês de acalmia política
Desde Maio, com a demissão de Theresa May e a perspectiva de Boris Jonhson, acérrimo defensor de Brexit a todo o custo, se tornar primeiro-ministro britânico (o que efectivamente se concretizou), o euro valorizou expressivamente face à libra..
Agosto será um mês de relativa inércia política no Reino Unido, dada a suspensão de funções do parlamento durante o período de férias, até dia 3 de Setembro. Também a possível iminência de uma moção de censura, movida pelo líder da oposição, Jeremy Corbyn, devido à inclinação do governo para prosseguir uma saída sem acordo deverá, apesar da instabilidade que criaria, providenciar suporte à libra.
Esta semana será marcada também pela divulgação do crescimento económico e das suas componentes no Reino Unido, durante o segundo trimestre. Apesar dos evidentes efeitos da incerteza gerada pelo Brexit, surpresas positivas poderão resultar num maior fôlego de apreciação para a libra.
Referência técnica: Nos últimos três meses o par EURGBP aparenta estar a formar um canal ascendente. Após uma fulgurosa subida que levou o par para valores superiores a 0,92 um toque no possível limiar superior do canal poderá motivar um movimento de alívio em baixa. Esta inversão poderá desencadear um teste ao suporte dos 0,905 e, se perfurado, procurar o limiar inferior do canal ascendente em formação.
DAX: Possível recuperação temporária do índice alemão poderá ser condicionada pela agenda macroeconómica
Na quarta-feira passada, o mercado accionista entrou em sell-off após a reunião da Reserva Federal, na qual foi decretada um corte de 25 pontos base na taxa de juro directora. Para além de este movimento já ter sido amplamente esperado pelo mercado, Jerome Powell afirmou que a Fed não encarava esta redução como o início de um ciclo monetário expansionista, mas sim como um ajuste face à ameaça que os actuais riscos globais representam para a economia norte-americana, onde pressões inflacionárias consistentes tardam a surgir.
No dia seguinte, Trump quebrou o período de tréguas com a China e anunciou que, caso até 1 de Setembro não seja alcançado um acordo comercial, novas taxas alfandegárias de 10% serão impostas sobre USD 300 mil milhões de importações norte-americanas provenientes da China. Na segunda- feira, a China retaliou desvalorizando a sua divisa e ordenando às empresas estatais que suspendessem as importações de bens agrícolas oriundo dos EUA. Esta re-escalada na guerra comercial apavorou os investidores, despoletando pesadas quedas nos índices accionistas, nomeadamente no alemão. O DAX é provavelmente o índice europeu mais exposto às guerras comerciais, por via do seu pendor exportador e, em particular, pela sua relação comercial com a China, com a qual, em lugar de destaque, ostenta uma balança comercial superavitária.
Referência técnica: Após ter travado as quedas num suporte horizontal que também coincide com o nível de 50% da retracção de Fibonacci, o DAX poderá encetar uma recuperação temporária, até às resistências em torno dos 12.000 pontos. Contudo, as importantes divulgações macroeconómicas desta semana – Boletim Económico do BCE e balança comercial na Alemanha e na China – poderão influenciar esta evolução.
NASDAQ 100: Nova escalada na guerra comercial entre EUA e China assola as big tech norte-americanas
Após um período de relativa acalmia e até renovado optimismo na sequência da reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, aquando da cimeira dos G 20, em que foram estabelecidas tréguas até um acordo entre os países ser selado, a tempestade atingiu os mercados na passada sexta-feira. O presidente norte-americano ameaçou impor uma nova taxa alfandegária de 10% aos bens importados da China, ainda não abrangidos pelas medidas proteccionistas aplicadas anteriormente (USD 300 mil milhões).
O preço de mercado das gigantes tecnológicas entrou em queda desde então, não só motivado pelo receio de um desfecho negativo do conflito, mas também pela sua elevada dependência de matérias-primas com origem predominantemente chinesa. Os metais raros importados do país asiático são indispensáveis à produção de vários bens tecnológicos e, actualmente, os EUA importam mais de 80% destes metais da China.
Referência técnica: É importante notar a queda abrupta do preço nos últimos dias. Do ponto de vista técnico, oberva-se uma quebra em baixa do nível de suporte conferido pela tendência ascendente. O preço chega hoje ao nível 76,4% da retração de Fibonacci e, após uma recuperação temporária, acreditamos haver espaço para que o preço continue a recuar, pelo menos até aos 6.900 pontos, onde se situa um forte nível de suporte horizontal.
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