EURUSD: Indicadores económicos ignorados em prol do optimismo em relação às conversações entre EUA e China
Esta semana, teve início a primeira ronda de negociações entre os EUA e a China, desde as tréguas temporárias na guerra comercial, estabelecidas em Novembro de 2018, aquando da cimeira dos G20. Ainda que as conversações ocorram entre oficiais que carecem de poder decisório final, os investidores aparentam estar verdadeiramente optimistas com este encontro na China, acreditando que será possível criar a base para um acordo que ponha fim à escalada proteccionista entre as duas maiores economias mundiais, que assombrou os mercados durante praticamente todo o ano 2018.
Entre ontem e hoje, a economia-motor da Europa e a Zona Euro, como bloco, testemunharam uma evolução consideravelmente negativa de indicadores macroeconómicos relevantes, ignorada pelo mercado. As encomendas fabris e a produção industrial na Alemanha contraíram, mais do que o esperado, em ambos os horizontes temporais. A confiança do consumidor na Zona Euro manteve a tendência de arrefecimento, igualando os valores do mês anterior. Do outro lado do atlântico, Powell apresentou na sexta-feira passada um discurso com pendor significativamente mais dovish que o habitual e as perspectivas de sério apaziguamento da guerra comercial levam os investidores a procurar menos o USD como activo de refúgio.
Referência técnica: Dentro de um movimento lateral, o EURUSD tem vindo a formar um suave triângulo ascendente. Desenvolvimentos que sustentem o actual optimismo do mercado deverão permitir a quebra em alta da importante resistência em torno dos 1,1485.
NZDUSD: Formação de nova tendência de baixa e negociações com China podem pressionar NZD/USD
O dólar da Nova Zelândia tem tido dificuldade em manter a tendência altista que se verificava desde Outubro e encontra-se neste momento a formar um canal descendente. O facto de Jerome Powell ter tido um discurso dovish na última reunião pode pressionar o USD, mas por outro lado, um catalisador positivo para esta mesma moeda e que poderá manter o par pressionado são as negociações com a China que, aparentemente, estarão num bom caminho, pelo que os investidores estão óptimistas em relação à resolução deste tema.
Embora a China tenha implementado novos estímulos à economia para combater uma desaceleração do seu crescimento e, desta forma, acabar por beneficiar países com os quais tem relações comerciais directas, ainda assim admite-se uma maior probabilidade para o médio prazo que o par continue a respeitar o canal descendente que recentemente formou.
Referência técnica: A tendência predominante no par NZD/USD a médio prazo é claramente vendedora pelo que se privilegia posicionamentos curtos, pelo menos até ao próximo suporte relevante, perto dos $0,6654.
DAX: Índice alemão bem posicionado para beneficiar de um eventual apaziguamento da guerra comercial
A Alemanha é o país da Zona Euro que mais exporta para a China, sendo inclusivamente um dos poucos países do bloco que tem uma balança comercial superavitária com a segunda maior economia do mundo. Ao longo do ano 2018, a economia chinesa foi fustigada pela guerra comercial com os EUA, despoletada por Donald Trump. O sentimento económico deteriorou-se fortemente e, desde os máximos alcançados em 2018, O CNY chegou a desvalorizar mais de 8,5% face ao EUR. As importações chinesas contraíram, prejudicando naturalmente as empresas com forte pendor exportador e que têm a China como um dos principais parceiros comerciais. Várias empresas alemãs foram pressionadas por este motivo.
Uma eventual melhoria material nas relações comerciais entre os EUA e a China impulsionaria o sentimento económico a nível global e favoreceria uma recuperação da economia chinesa e da sua divisa. Com efeito, seria plausível assistirmos a uma retoma no vector exportador alemão.
Referência técnica: Após ter realizado a projecção em baixa de um head & shoulders top, o DAX parece ter encontrado suporte a curto prazo e quebrou em alta um canal descendente, cujo início remonta ao fim do terceiro trimestre de 2018. Se um cenário verdadeiramente positivo se concretizar no âmbito do comércio internacional, o índice deverá testar as várias resistências horizontais que existem pelo caminho de potenciais subidas.
ASX 200: Índice bolsista australiano recupera com negociações positivas entre os EUA e a China
Depois de ter sofrido devido às tensões comerciais e consequentes taxas alfandegárias aplicadas à China, o índice accionista da Austrália poderá ter agora espaço para recuperar. O presidente Trump afirmou hoje que as conversações com a China estão a correr “muito bem”, depois de terem sido finalmente retomadas ontem em Pequim, antes do deadline de 1 de Março traçado por Trump.
O índice australiano tem um elevado peso de sectores cíclicos (as matérias-primas representam 18% e o sector financeiro 33%), pelo que poderá beneficiar da valorização do petróleo e doutras mercadorias e do eventual prolongamento do contexto de apetência por risco iniciado na passada semana. Do lado negativo, destacamos o índice de manufactura da Austrália, publicado no domingo à noite, que revelou contracção, com uma leitura abaixo dos 50 pontos. Elaborado pelo Australian Industry Group, este indicador baseia-se num inquérito a 200 manufactureiros.
Referência técnica: O ASX 200 rompeu uma cunha descendente em alta, com um breakaway gap. A negociação acima da média móvel de 50 dias e o RSI acima do nível intermédio de 50 pontos reforçam a nossa visão altista para o índice australiano a curto prazo.
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