EURUSD: PMI de manufactura e indicadores de emprego nos EUA sucedem semana marcada pela reunião do BCE
Não obstante ter reconhecido o abrandamento económico europeu, Mário Draghi confirmou, na passada semana, que o BCE manteria o fim do programa de compra de activos para Dezembro deste ano, revelando alguma insensibilidade à turbulência política em torno do orçamento italiano, que tem surtido um impacto substancial nos activos da região. Apesar desta decisão, o discurso foi interpretado como predominantemente dovish e o EURUSD manteve-se essencialmente inalterado. A política de reinvestimento de cupões e dívida que atinge a maturidade não foi discutida pelo BCE.
Esta semana não tem trazido melhores desenvolvimentos para a moeda única: depois de mais uma queda substancial da CDU nas eleições regionais em Hesse, Merkel assumiu que não se recandidatará à liderança do partido e a um próximo mandato como Chancellor da Alemanha. Hoje, as estimativas preliminares para o crescimento económico na Zona Euro não só revelaram uma desaceleração, como também ficaram aquém das estimativas, em ambos os horizontes temporais: sequencial e homólogo. Nos EUA, será divulgado o índice de actividade económica manufactureira, ISM PMI, e vários indicadores sobre o mercado laboral, incluindo a criação de Non-Farm Payrolls e o crescimento salarial, no relatório de sexta-feira.
Referência técnica: Após ter quebrado o triângulo e seguido uma trajectória descendente, o par aproxima-se dos 1,13, conforme esperámos na semana passada. Neste nível, acreditamos que a sobrevenda técnica possa gerar alguma força compradora, a curto prazo, para o EURUSD.
USDNOK: Par com divisa escandinava volta à zona de resistência e apresenta indícios de sobrecompra técnica
O USD Index, que mede o valor do dólar americano contra um cabaz de grandes divisas, registou uma valorização ao longo das últimas semanas, aproximando-se agora dos máximos deste ano, onde poderá encontrar resistência. Caso se efective esta resistência, podemos esperar um recuo do dólar em diversos pares cambiais.
O banco central da Noruega já iniciou o ciclo de normalização monetária, tendo aumentado as taxas de juro em Setembro pela primeira vez desde 2011. A próxima subida de taxas deverá ocorrer em Março, quando saírem previsões económicas e houver conferência de imprensa. As vendas a retalho saíram hoje abaixo das estimativas (-0,7% vs. Exp. 0,2%). Desde que o organismo de estatística da Noruega começou a publicar indicadores mensais sobre o consumo total, as vendas a retalho perderam importância como métrica para a procura doméstica.
Referência técnica: O USDNOK voltou à linha de tendência descendente de longo prazo, enquanto o oscilador estocástico está no topo do intervalo. Preferimos um posicionamento curto.
Cobre: Novo anúncio de taxas alfandegárias contra a China reaviva preocupações com crescimento económico global
Caso as negociações a ter lugar no próximo mês entre Trump e Xi Jinping não conduzam a um resultado positivo, a administração norte-americana aparenta estar preparada para anunciar mais uma vaga de taxas alfandegárias sobre as restantes importações chinesas, que ainda escapam ao proteccionismo deste ano. Esta decisão deverá acelerar a deterioração da relação comercial entre as duas maiores economias mundiais, constituindo mais um factor a pesar sobre o crescimento da economia global. Consequentemente o cobre, como barómetro de crescimento, deverá desvalorizar.
O anúncio da nova lista de produtos a serem taxados será feito no início de Dezembro com a divulgação da data efectiva para a entrada em vígor das respectivas taxas - após um período de discussão pública de 60 dias. A lista será aplicada às importações da China que ainda não estão cobertas pelas taxas alfandegárias anteriores e poderá ascender a 257 mil milhões de dólares.
Referência técnica: O cobre tem tido bastante dificuldade em ultrapassar o nível de preço dos USD 286/288, uma resistência desde Julho deste ano. Actualmente, o metal assume um pequeno canal descendente que poderá ser facilmente quebrado em baixa com notícias como as relatadas acima e levar o cobre a desvalorizar para níveis perto dos USD 260, onde se encontra um suporte relevante, assinalado a verde no gráfico supra.
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