EURUSD: USD contraria tendência dos últimos tempos e desvaloriza com escalada das tensões comerciais
Ao longo do ano, as escaladas mais significativas nas tensões comerciais entre EUA e China conferiram, ainda que por vezes de forma não imediata, impulsos de valorização ao USD, colocando-o como activo de refúgio perante este crucial factor de risco para os mercados e crescimento mundial.
Esta semana, Trump divulgou que as taxas alfandegárias de 10% sobre USD 200 mil milhões de importações oriundas da China teriam data de efectivação agendada para 24 de Setembro (ameaçando um incremento para 25% em 2019) e que, se a China retaliasse, os EUA contraporiam com novas medidas proteccionistas a incidir sobre mais USD 267 mil milhões de importações chinesas. A China, onde as tensões comerciais têm surtido um pesado efeito negativo a nível de sentimento económico e de mercados financeiros e, consequentemente, de acordo com fontes do governo chinês, pretende absolutamente chegar a um acordo com os EUA para apaziguamento da guerra comercial; viu-se forçada a responder com novas taxas alfandegárias sobre USD 60 mil milhões de importações provenientes dos EUA, com aplicação calendarizada para a mesma data.
Referência técnica: Numa semana em que Draghi discursará em Berlim e a agência Markit divulgará os indicadores de actividade económica PMI nos EUA e na Zona Euro, o EURUSD tenta hoje superar a forte resistência situada nos 1,1680-1,1690. Até fechar acima dos 1,1750, outra resistência-chave, vemos melhor risco-retorno em posições curtas junto a estes níveis determinantes.
AUDUSD: Aumento dos juros cobrados pelos bancos australianos aponta para normalização monetária
O Commonwealth Bank e o ANZ, dois dos maiores bancos de retalho na Austrália, anunciaram que vão subir as taxas associadas aos empréstimos à habitação em 0,15% e em 0,16%, respectivamente, o que sinaliza o fim das taxas baixas por parte dos bancos de retalho. No final de Agosto, o Westpac foi o primeiro dos 4 grandes bancos australianos a anunciar o aumento das taxas cobradas, em 0,14%, devido ao aumento do seus custos de financiamento. Esta subida pode arrefecer a procura por imobiliário num dos países com mais endividamento para a compra de casa dentro do G20.
O enfraquecimento relativo do dólar norte-amercicano, visível no gráfico do USD Index, pode estender-se, o que abre perspectivas para comprar outras divisas e vender dólares americanos. Até ao final da semana, não haverá indicadores macroeconómicos relevantes na Austrália.
Referência técnica: O par tem sido pressionado nos últimos meses, respeitando um canal descendente. O AUDUSD é o par que mais cai dentro do grupo de moedas G10 desde o início do ano (-8,1%). Na passada semana, negociou abaixo do suporte horizontal nos $0,7171 mas encontrou força compradora para recuperar esse nível de suporte. Um eventual breakout da linha de tendência descendente no RSI reforçaria a nossa visão altista. Poderemos estar perante a formação de um head and shoulders bottom, figura de inversão de tendência visível no gráfico de 4 horas do AUDUSD.
EURGBP: Instabilidade em relação ao acordo Reino Unido/União Europeia prejudica libra
Os líderes da União Europeia reunidos em Áustria esta quarta e quinta-feira considerarão a convocação de uma cimeira especial sobre o Brexit em Novembro e a possibilidade de uma saída em Março sem qualquer acordo com o Reino Unido. Esta notícia foi divulgada pelo Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
O próprio líder do partido Liberal Democrata do Reino Unido, Vince Cable, irá denunciar esta terça-feira a decisão do Brexit e pedir a Theresa May para apoiar um novo referendo sobre a saída da União Europeia. Todas estas notícias provocam bastante instabilidade no seio do governo britânico e poderão fazer com que a libra sofra uma desvalorização nos próximos dias.
Referência técnica: Desde Abril deste ano que o par EUR/GBP apresenta uma clara tendência de subida, acompanhando a desvalorização da libra contra as principais divisas. Após a última bandeira de correcção, o par atingiu uma zona relevante de preço onde conflui a média móvel de 100 dias e dois padrões técnicos, uma zona de suporte relevante e a base de um canal ascendente, pelo que são privilegiadas posições longas.
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