Boa tarde! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida. Hoje irei falar aqui sobre o “Ciclo de Expansão-Contração”, nesta que é uma semana marcada por dados de PMI (Purchasing Managers Index) um pouco por todo o mundo! Vamos lá então.
Acima está representado um esquema simplificado de um “ciclo de expansão-contração”, o qual se rege por uma determinada ordem de eventos como se pode ver! Durante um período de expansão económica, o nível de ofertas de emprego por norma tende a crescer, e o nível de desemprego caí, o que até ao momento não se têm refletido de forma convincente, tendo a atenção que a métrica do desemprego é uma métrica atrasada, e que foi das subidas mais rápidas de juros desde os anos 70/80 daí que ainda não possa estar refletida na métrica do desemprego este “enorme” aperto monetário. Neste mesmo nível de expansão viu-se uma “subida galopante” no que ao mercado das matérias-primas diz respeito. Ora vejamos, se o nível de empregos e a procura “desenfreada” por matérias-primas crescem de forma “ultra-rápida”, o resultado diria não ser difícil de adivinhar, escassez de mão de obra qualificada e problemas na cadeia de abastecimentos. O que acontece é que as pessoas têm deixado de trabalhar com o tempo, pois, temos países que devido à pandemia e a inflação, enviam cheques a casa das pessoas e depositam dinheiro diretamente nas suas contas bancárias, tais como os Estados Unidos da América e Reino Unido.
Entrando agora no campo da microeconomia, existe aquele princípio basilar, quando a “procura excede a oferta, os preços tendem a subir”, mas até este conceito económico pode ser enviesado, mas é assim que se dá nas escolas e universidades, e tudo bem! Daí que usando este pressuposto, os salários dos funcionários e os preços das matérias-primas tendem a aumentar. Posto isto, a inflação nos preços ao nível do comércio tendem a agravar-se já que os custos mais elevados são “passados” para o lado do consumidor, pois, as empresas não andam a dormir, antes deste conceito, é preciso saber que as empresas são criadas para dar lucro, e por trás destes mesmos negócios de retalho temos seres humanos movidos pela ganância de querer mais e mais, nada apontar, é a nossa natureza, ao fim ao cabo, ninguém gosta de dividir atenções e muito menos dinheiro.
Imaginemos, temos uma febre alta de 39,5 graus e vamos à farmácia, o que eles nos dizem, será: vou-lhe receitar um medicamento para baixar a febre, e lá vamos nós para casa tomar o que na farmácia nos prescreveram. Um Banco Central funciona +/- da mesma maneira, isto é, perante uma “Inflação alta” aos diversos níveis de comércio, dá um remédio/medicação, sendo a subida da taxa de juro diretora, pois, ao aumentar o custo do dinheiro, vão restringir a variável procura. Claro que, tais medidas vão fazer com que haja um desacelerar da economia na sua generalidade. Quando a procura for reduzida o suficiente, as taxas de juros podem ser reduzidas novamente, para assim estimular o crescimento económico uma vez mais.
Só que atualmente, pegando no exemplo da Reserva Federal, vemos o Banco Central mais poderoso do mundo, atuar com força no que ao crescimento da taxa de juro diretora diz respeito. Mas Jerome Powell e os seus milhares de economistas não querem atuar sobre a inflação dos produtos/bens, mas sim, sobre o aumento dos ganhos horários das pessoas.
Se a FED atua sobre o campo monetário, temos o Governo Americano a atuar no campo fiscal, e o Governo definiu que a partir de 2023 iria ser paga uma taxa extraordinária para a recompra de ações, o que, faz com que as recompras de ações possam ver um decréscimo acentuado, pois, os gestores, assim “vêm-se” obrigados a deixar o mercado de renda variável devido ao seu alto custo e possível baixa rentabilidade, e a comprar as obrigações que a FED quer deixar vencer e, por isso, que sejam compradas por outros intervenientes de mercado.
Estas medidas conjuntas de ambas as entidades irá fazer “desinchar” o mercado de renda variável que a FED durante tanto tempo apoiou, a par com as absurdas quantias gastas pelo Governo. Estiverem aliados no mal, mas é bom que continuem aliadas para o bem da economia mundial e também do seu país, para assim continuarem a ser a primeira potência económica mundial, pois, enquanto a China não obtém um mercado de renda fixa totalmente transparente, os EUA, pode diminuir algum terreno perdido, pois, para se ser uma primeira potência mundial, é preciso teres na minha opinião, total transparência para onde “vai o teu dinheiro”, seja ao nível dos investidores de retalho, grandes instituições financeiras e bancos centrais.
Em suma, como todos os modelos económicos existentes têm que ir sendo adaptados, este mesmo modelo económico “Ciclo de Expansão-Contração” não foge a essa mesma regra, e a FED e outros Bancos Centrais ao redor do mundo convém ir moldando este mesmo modelo a sua economia. É improvável na minha opinião que num curto/médio prazo estimulem a economia como o têm feito até aqui.
Obrigado!