Divulgação
Na sexta-feira, dia 17 de Julho, às 13h30, será divulgada a variação mensal do índice de preços no consumidor nos Estados Unidos, referente ao mês de Junho.
Definição
Este indicador macroeconómico mede a variação mensal do preço de um cabaz de bens e serviços, excluindo alimentação e energia, duas componentes que apresentam muitas vezes um comportamento volátil e que estão sujeitas a choques temporários.
Expectativas e publicações anteriores
O consenso dos economistas aponta para um aumento de 0,2% no Core CPI mensal, acima dos 0,1% registados em Junho. Nas seis publicações desde o início do ano, o Core CPI saiu acima das expectativas três vezes (em Fevereiro, Março e Maio), desiludiu duas vezes (em Janeiro e Junho) e igualou as expectativas uma vez (em Abril), como se pode ver na tabela abaixo.
Conjuntura e importância
O core CPI nos Estados Unidos é seguido pelos investidores, com o objectivo de avaliar as mudanças na inflação a longo prazo e de antecipar um aumento nas taxas de juro. À medida que a inflação sobe, a probabilidade de a Reserva Federal subir as taxas de juro de referência aumenta, já que uma das suas principais preocupações, para além do pleno emprego, consiste precisamente em controlar a inflação.
Na nossa opinião, a reacção dos investidores à divulgação do índice do preço do consumidor (CPI) desta semana poderá ser condicionada por dois factores. O primeiro reside na surpresa positiva verificada aquando da divulgação do índice de preços do produtor (PPI), que terá levado os investidores a ajustarem as suas expectativas em relação à inflação, com reflexo na valorização do USD após a divulgação deste indicador.
O segundo aspecto corresponde às recentes declarações da presidente da Reserva Federal, Janet Yellen, que mostrou confiança em relação à recuperação económica norte-americana, indicando que uma subida das taxas de juro, ainda que dependente da evolução dos vários indicadores económicos, deverá acontecer antes do final do ano.
Uma vez que a conjugação destes dois factores poderá ter levado a um ajustamento das expectativas não só de inflação (mais alta do que o esperado), mas também do timing da subida das taxas de juro (fruto da confiança demonstrada por Janet Yellen, num discurso mais hawkish do que o verificado nos meses anteriores), pensamos que, mesmo que a divulgação do Core CPI surpreenda pela positiva, a reacção do mercado poderá ser moderadamente contida.
Por outro lado, uma surpresa negativa poderá gerar uma volatilidade considerável, na medida em que irá contradizer as expectativas formadas durante a semana.
Histórico
Historicamente, os activos que se têm revelado mais sensíveis a este indicador macroeconómico são o USD Index e, consequentemente, os pares cambiais com USD, as obrigações soberanas norte-americanas (Treasury Notes), os metais preciosos e os índices accionistas norte-americanos.
Por exemplo, na divulgação de Maio (22 de Maio), o EUR/USD desceu 1,62%, a onça de ouro desvalorizou 0,97% contra o USD e as Treasury Notes a 10 anos caíram 0,20%, em cerca de uma hora. Note-se que o S&P 500 reage frequentemente com volatilidade ao Core CPI, embora a liquidez seja reduzida devido à divulgação do indicador antes da abertura de Wall Street.