Hoje a abordagem deste texto será direcionada puramente para o par Euro Real.
Os nossos parentes próximos do outro lado do oceano são um país de extremos. Se por um lado têm um dos países mais ricos e talvez aquele que maior capacidade teria de se autossustentar num cenário apocalíptico, pelo outro, têm uma (des)governação, capaz de deitar por terra todo esse potencial.
Alerto desde já que este não é um artigo político, não me interessam as afiliações de cada um, muito menos tenho capacidade de julgar o que é melhor para um país soberano como o Brasil.
Factualmente podemos verificar que entre fevereiro de 2017 e março de 2021, o euro duplicou a sua força relativamente ao real, e que desde então esse cenário se inverteu.
Tecnicamente falando, e interpretando a imagem abaixo (par euro/real gráfico mensal), percebemos que o preço saiu de uma formação de cup and handle, cujo potencial era uma valorização de cerca de 48%, e constatamos que essa valorização foi atingida em março de 2021, quando desde a quebra da resistência aos 4,76 reais, o euro valorizou 45%, valendo nessa altura 7 reais, o seu all time high.
Desde então, uma retração era inevitável, e podemos atribuir isso a vários fatores, entre eles as políticas económicas do novo presidente que tomou posse em janeiro de 2019, se assim o quiserem. Analisando puramente o gráfico, diria que essa retração vai continuar, pelo menos até o euro ter um valor de 4,76 reais novamente, valor de onde saiu na altura de pandemia (fevereiro 2020).
A partir daí, teremos 2 cenários. Caso o Brasil continue a crescer economicamente, como tem feito até aqui, poderemos ver o golden ratio de Fibonacci ser testado, e os brasileiros verem os seus 4,35 reais valerem 1 euro.
Caso o BCE consiga encontrar medidas para potenciar o euro, os 4,76 reais irão ser um suporte importante, para fazer um higher low, e continuar o macro trend positivo em que se encontra, desde 2010.