Apesar das preocupações com a China, as ações da Apple disparam ante a expectativa dos resultados de dia 21 de Julho.
Apesar das preocupações com a China, as ações da Apple disparam ante a expectativa dos resultados de dia 21 de Julho.
O titã mantém-se no caminho certo e publicará resultados anuais históricos, dado que as vendas do iPhone na China levam a empresa a bom porto. No segundo trimestre vimos, pela primeira vez, as vendas na China a superar os EUA, com a procura nos 70%, comparada com os modestos 40% americanos. O CFO Luca Maestri disse que a empresa fará novos investimentos na China contudo, este advertiu que a procura sazonal significaria que a proeminência das vendas chinesas sobre as americanas não será uma constante.
A procura do iPad continua a ser um problema, dado que as vendas caíram 23%, comparadas com a previsão de queda de 17%. Desde há muito que é reconhecido que as vendas do iPad não alcançarão os mesmos valores vertiginosos que as do seu primo reduzido. O iPhone 6 arrastou inadvertidamente as vendas do iPad, dado que os clientes preferiam o novo produto a um preço mais baixo e a possibilidade de fazer chamadas.
Um investidor que ainda tem grandes esperanças na Apple, mesmo após os resultados excelentes dos últimos anos, é o legendário fund manager Carl Icahn. O Mr Icahn continua a acreditar que o preço da ação não é representativo do potencial de crescimento dos próximos anos. Recentemente, ele vendeu a sua posição na Netflix, tendo visto as suas ações valorizarem em dez vezes o seu valor em três anos, e agora acredita que que a Apple oferece uma oportunidade semelhante àquela que lhe ofereceu a Netflix. O seu preço alvo é atualmente $203, o qual seria em si mesmo um ganho de 62% face ao preço atual.
Quando a Apple anunciar os resultados do terceiro trimestre, o mercado antecipará receitas de $48.75 mil milhões, e um earnings per share de $1,78. Os valores do segundo trimestre foram bem recebidos, e a receita foi de $58,01 mil milhões, e o EPS de $2,33, sendo que o mercado antecipava $232 mil milhões e $2,16 respetivamente. A Apple anunciará os seus resultados anuais em Outubro, e o mercado antecipa uma receita em torno dos $232 mil milhões e um EPS de $9,04, sendo que estas previsões assentam num aumento de 23% das receitas e de 40% no EPS.
Os analistas estão, surpreendentemente, bullish na Apple, sendo que de 56 recomendações, 39 são de venda, 15 são de manutenção e apenas 2 são de vendas. O preço alvo médio é de $149,05, o qual está 18% acima do preço atual.
O número de operações curtas sobre a Apple caiu 2% desde que a empresa publicou os valores do segundo trimestre.
O preço das ações da Apple alcançou o seu maior máximo de sempre em Abril, superando os $135 (a linha vermelha no gráfico) em dois dias sucessivos antes de recuar. Durante Junho e o início de Julho corrigiu um pouco, com os eventos nas bolsas chinesas a gerar temores de que o crescimento económico e a procura no país estivessem a diminuir gradualmente. Contudo, no dia 9 de Julho estava perto da média móvel simples de 200-dias, alcançando o mínimo de $119,23 antes de disparar. Desde então ganhou mais de 5%, e parece provável que mantenha o ritmo.
O índice momentum estocástico semanal ainda terá que nos dar uma interseção bullish, mas se a ação conseguir fechar positivamente esta semana que antecede os resultados, eu esperaria esta ocorrência, e considerá-la-ia um sinal de que o preço da ação chegou ao seu patamar mais baixo e o preço retornará aos $135, atingindo novos máximos.