Segundo dia de tranquilidade nas bolsas europeias, que apresentam subidas moderadas neste momento.
A enorme volatilidade à qual estiveram submetidas nas últimas semanas, com fortes gaps e reações instantâneas ao ritmo marcado pelas negociações entre a Grécia e os credores, deixaram os investidores esgotados, sendo que agora parecem mais partidários de movimentos suaves e carentes de reações exageradas.
Os movimentos dos mercados chineses são outra fonte de volatilidade (mais em Wall Street do que na Europa). Hoje, a bolsa de Shangai voltou a cair em força, 4%, sem inquietar os índices europeus. Esta queda ocorre depois de uma grande inversão nos últimos dias. Foi conhecido que o PIB chinês cresceu ao ritmo do 7% durante o Q2, quando o consenso dos analistas esperava um relaxamento nos 6,8%. Mais uma vez, com este dado, o forte recuo das bolsas chinesas nas últimas semanas deixa de estar relacionado com a alteração inesperada no comportamento da economia do gigante asiático.
O Nikkei, por seu turno, fechou com avanços de 0,38%, apesar de o Banco do Japão rever em baixa as previsões de crescimento para 2015 (de 2 para 1,7%).
Wall Street fechou ontem com subidas, que foram de 0,44% para o S&P500 e de 0,66% para o Nasdaq. Coincidindo com a abertura do Wall Street, o crude começou a inverter, o que favoreceu muito o sector energético. Em qualquer caso, o levantamento das sanções ao Irão, que em grande medida é dado como garantido, é uma notícia claramente baixista para o crude, tal como a muito provável revalorização do dólar no médio prazo.
Nos resultados empresariais, tivemos bons resultados da JP Morgan e da J&J.
Será hoje quando o Parlamento grego vota a favor do primeiro pacote de medidas prioritárias, necessário para articular o Terceiro Resgate do país. Tsipras conta com o apoio da oposição, e tudo aponta que a discórdia no seio das suas fileiras é moderada, pelo que seria uma grande surpresa que a votação rejeitasse o pacote. Contudo, correm declarações inquietantes, que refletem o escasso compromisso do governo grego com as condições associadas ao novo regaste. O novo ministro das finanças disse que o novo acordo contem muitas condições recessivas, e o próprio Tsipras comentou que não pensa demitir-se, pois espera um triunfo de outras forças políticas em outros países (Podemos), que permita que as suas posições ganhem apoio na Europa.
Os bancos gregos continuam fechados e não existem notícias conclusivas sobre quando voltarão a abrir.
Com o SIM do parlamento grego, teremos outra reunião do Eurogrupo com o intuito de redigir um Memorandum de Entendimento, que será submetido a votação nos vários parlamentos nacionais dos países credores. Será necessário articular algum tipo de empréstimo ponte com bastante urgência, para que a Crécia pague ao BCE na próxima semana. Como temos vindo a comentar, o culminar de todas estas etapas pode estar associado a subidas nas Bolsas, dado que os níveis atuais continuam próximos de 11%, abaixo do que marcavam os índices a 26 de junho, antes da convocatória do referendo.
No capítulo dos dados macro, foram conhecidas o IPC de França de junho abaixo do esperado (-0,1% face a 0,1%), dado que contrasta com o que foi conhecido em outros países europeus.
Temos também os dados de desemprego do Reino Unido, piores do que o esperado (5,6% face a 5,5%).
Esta tarde, nos EUA, será conhecido o PMI da indústria transformadora de Nova Iorque e o índice de preços de produção de junho às 14.30; a produção industrial de junho e a utilização da capacidade de uso às 15:15horas; a comparecência semestral de Janet Yellen, no Comité de Serviços Financeiros e os inventários semanais de crude às 15.00, e a leitura do Livro Beige da Fed às 20.00.
Nas divisas, observamos estabilidade do EUR/USD, ao passo que a Libra destaca-se pela sua força.
Índices europeus com SINAL POSITIVO
PSI: +0,17%
IBEX: +0,42%
DAX: +0,15%
CAC: +0,05%
FTSE: +0,12%
MIB: +0,63%
EUROSTOXX: +0,06%
EUR/USD: +0,13% (1,1020)
Ouro: -0,04% (1.155 $)