Na passada sexta-feira, 15 de Setembro de 2017, a agência de rating Standard & Poor's Global Ratings (S&P reviu em alta o rating da República Portuguesa, de BB+ para BBB-, com outlook estável. Assim, a dívida da República para a S&P passou da categoria “especulativa” para “investment grade”, situação em que não se encontrava desde Janeiro de 2012. Na base da decisão da S&P estiveram a revisão em alta do crescimento do PIB entre 2017 e 2020 (2% vs 1,5% anteriormente), um menor défice orçamental e a melhoria das condições de financiamento no exterior. Em geral, o rating de crédito de um país / empresa é um elemento essencial na análise de dívida por parte de Fundos Soberanos, Fundos de Pensões e sociedades gestoras de activos no geral. Por conseguinte, a subida do rating de Portugal deverá conduzir ao aumento da procura por parte de investidores institucionais, em especial dos fundos que só investam em dívida investment grade certificada por uma das grandes agências de rating (S&P, Moody’s e Fitch), que passaram a poder comprar divida soberana portuguesa.
Potenciais Impactos O primeiro impacto será a redução dos juros da dívida pública, facto importante visto que o Estado Português gasta cerca de 8 mil milhões de euros em juros, cerca de 11% do total da despesa (da Administração Central e Segurança Social). Consequentemente, o stock da dívida pública tenderá a reduzir-se no curto-médio prazo, devido à melhoria das condições económicas mas, também, à redução dos custos de dívida.
Em termos empresariais, as empresas portuguesas também irão beneficiar desta redução das yields portuguesas e do prémio de risco do Estado, facto que deverá traduzir-se numa redução dos custos de financiamento das empresas nacionais. No gráfico abaixo são apresentados os rácios de alavancagem (Net Debt / EBITDA) das empresas constituintes do índice PSI-20. À partida, as empresas mais alavancadas deverão ser as mais beneficiadas com a subida do rating da República.