A taxa de variação homóloga do deflator das despesas de consumo privado nos EUA permaneceu inalterada em 1,5% na sua leitura de janeiro, ainda bem afastada da meta da Reserva Federal dos EUA. Tal como tinha acontecido com o índice de preços no consumo, também este deflator mostrou sinais de um aumento nas pressões inflacionistas, uma vez que a taxa de variação anualizada para os últimos 3 meses (2,1%) atingiu o valor mais elevado em 11 meses. Este comportamento parece ir ao encontro da maior confiança que Jerome Powell mostrou na apresentação do relatório semianual de política monetária ao Congresso quanto à deslocação da inflação para junto da meta definida para assegurar a estabilidade de preços.
Na área do euro, o EONIA Forward 1Y1M aponta para uma subida de 9 pontos de base em março de 2019, mesmo tendo em conta que Mario Draghi reafirmou na segunda-feira no Comité de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu que as taxas de juro irão aumentar apenas bem depois do final do período de compras líquidas do programa APP. Nos EUA, o mercado de futuros da fed funds rate incorpora já 3 subidas de 25 pontos de base para 2018 (1,5 subidas para 2019). É nesse contexto que na próxima semana teremos a reunião de março do Banco Central Europeu e a divulgação do relatório de emprego para fevereiro nos EUA.
No que se refere à reunião do Banco Central Europeu, a atenção estará nas novas previsões macro do staff, nomeadamente no que se refere à inflação, e em eventuais alterações no forward guidance. As minutas da reunião de 25 de janeiro mostraram uma discussão em torno de ser retirado o easing bias do programa APP (isto é, a possibilidade deixada em aberto de este ser aumentado em tamanho ou duração). A prudência que o Banco tem adotado torna difícil perceber se alterações terão já lugar nesta reunião. De qualquer forma, o Banco deverá, ao mesmo tempo, reforçar o forward guidance no que se refere à primeira subida de taxas. No que se refere ao relatório de emprego dos EUA para fevereiro, a evolução da remuneração média por hora voltará a estar no centro das atenções, após a leitura de janeiro (2,9%) ter sido a mais elevada desde maio de 2009.
A realização das eleições legislativas em Itália e a divulgação dos resultados da votação no SPD sobre o acordo de governo com a CDU/CSU na Alemanha (ambos no dia 4 de março) poderão afetar a evolução dos mercados no início da próxima semana, tendo presente que os spreads na periferia continuaram a apresentar uma evolução favorável nos últimos dias.
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