Descrição
A Royal Dutch Shell é uma petrolífera integrada, operando em toda a cadeia de valor, desde a exploração e produção até à refinação e venda de petróleo. Adicionalmente, e após a aquisição do BG Group em 2016, a Shell apostou no crescimento da unidade de produção de gás natural liquefeito (GNL). A Shell tem realizado investimentos, ainda embrionários mas crescentes, em fontes alternativas de energias, nomeadamente no espectro de energias limpas. A Shell tem 86,8% das receitas provenientes do segmento de exploração e produção, 10,7% de gás integrado e 2,5% de refinação e distribuição. A Shell conta com uma presença global, com a Ásia, Oceânia e África a gerar 37,6% das receitas, 33% sendo provenientes da Europa e 21,9% dos Estados Unidos. A Royal Dutch Shell é uma empresa dual-listed, com acções negociando na Holanda e Reino Unido. Para realizar o investimento em EUR, a trading idea deverá ser executada por via das acções holandesas.
Racional
Portefólio: A Shell é maioritariamente uma empresa de produção de crude. Contudo, a sua aposta em outras formas de combustíveis, como o gás natural, e em fontes alternativas de energia, como a energia solar e eólica, indicam que a empresa está de forma gradual a preparar o seu portefólio para um futuro em que o mundo é movido por diversas fontes de energia. O segmento de gás natural liquefeito (GNL) representa a maior aposta da empresa na diversificação da fonte de receitas, com a aquisição da BG em 2016 a dar a Shell uma exposição considerável neste segmento – a Shell detém actualmente capacidade para responder a cerca de 15% da procura global anual por GNL.
Racionalização dos investimentos: A aquisição da BG não ocorreu sem os seus senãos, nomeadamente no processo de financiamento desta, realizado em grande parte através do uso de dívida. Consequentemente, e com o balanço alavancado num período de baixos preços do petróleo, a Shell foi obrigada a optar por um pagamento de dividendos via acções (scrip dividend), e iniciar um programa de desinvestimento de projectos mais intensivos em capital e com menor futuro potencial. A empresa estabeleceu um objectivo de desinvestimentos no valor de USD 30 mil mi até 2018, que está próximo de ser atingido com USD 26 mil mi completados e USD 6 mil mi de desinvestimentos a decorrer.
Remuneração ao Accionista: Após um processo de desalavancagem bem-sucedido, é expectável que a Shell normalize a política de remuneração ao accionista. O primeiro passo foi dado com a remoção do scrip dividend no final do ano passado, com a empresa a indicar que pretende iniciar um programa de recompra de acções no valor de USD 25 mil mi entre 2018 e 2020 de forma a mitigar o efeito diluidor do scrip dividend, podendo este ser anunciado já na próxima divulgação de resultados (do 2ºT18). Nos resultados dos últimos 7 trimestres a Shell apresentou um fluxo de caixa operacional que cobriu investimentos e pagamentos de dividendos, sendo expectável que esta tendência continue, garantindo assim a sustentabilidade do programa de remuneração accionista.
Resultados: A RDSA apresentará resultados do 2º trimestre de 2018 a 26 de Julho de 2018, com o mercado a projectar que a empresa reporte receitas de USD 90,2 mil mi e lucros por acção de USD 0,67, valores que representam um crescimento face ao trimestre homólogo. As estimativas positivas para os resultados e o potencial anúncio do programa de recompra de acções poderá levar a acção a quebrar em alta a lateralização corrente, mediante esta cumprir com todas as expectativas lançadas. No entanto, e caso a empresa não cumpra com as expectativas, poderá ocorrer um movimento negativo na acção.
Avaliação: A Shell negoceia a desconto face à média dos congéneres europeus quando analisando os múltiplos de preço – PER e P/BV. Nos múltiplos de enterprise value, a Shell apresenta um perfil ligeiramente a prémio. Os rácios de rentabilidade do activo e capital próprio encontram-se em linha com os congéneres. Não obstante os avanços atingidos pela empresa na redução de alavancagem pela empresa, este é ainda um processo a decorrer, com o rácio de dívida líquida face o EBITDA acima dos principais peers. A Shell figura como uma das laggers do mercado petrolífero desde o início do ano. Considerando que o rally recente do crude remove potencial à commodity, acreditamos que será mais interessante ter exposição ao sector por via indirecta (i.e. empresas), onde ainda identificamos princípios fundamentais que sustentem mais ganhos. O desconto ao nível de múltiplos de preço e os menores ganhos year-to-date, justificam a escolha da Shell para executar este racional.
Riscos:
Preço do Crude: Não obstante os esforços para diversificar do seu portefólio, a Shell é ainda maioritariamente uma empresa que produz, refina e distribuiu crude. Consequentemente, a evolução da commodity nos mercados terá impacto na evolução da acção da Shell. No evento de uma forte correcção do preço do crude, é expectável que a Shell também seja penalizada.
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