A Apple (NASDAQ:AAPL) realizou terça-feira, 8 de março, uma emissão online pré-gravada, na qual apresentou as versões atualizadas de algumas das suas linhas de produtos, que já não cabem numa mesa normal.
O evento intitulado Peak Performance, é um bom exemplo de como a marca reconhecidamente poderosa na segmentação de produtos, marketing e estratégias de preços organiza a segmentação da sua base de clientes.
Há tanta diversidade que a Apple precisa neste momento da mesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas para dispor todos os equipamentos.
Novidades Apple 2022 (resumo)
Apresento as mais recentes revelações da empresa, decorrido na terça-feira, de forma resumida para pessoas que têm pouco tempo:
- O evento arrancou com o Tim Cook a mostrar o seu entusiasmo pela aquisição do novo programa de entretenimento Friday Night Baseball na Apple TV+, prejudicando rapidamente as minhas expectativas, por o CEO de uma multinacional que vale 3 biliões apresentar-se alegre com um programa de entretenimento. Com o avançar da emissão, a experiência não melhorou, já que apresentou algo revolucionário:
- A Nova Skin para iPhone 13 (uma nova cor verde) A sério!? Mas depois aqueceu.
- Apresentaram o novo Apple Silicon A15 bionic: Novo telemóvel iPhone SE que é a versão mais barata (tem o mesmo chip do iphone13 – A15, o mesmo vidro e acabamentos).
- Melhorias no iPad Air com o novo M1 chip (que está no iPad Pro)
- Depois de, em 2020, apresentar o M1, a categoria de chips foi evoluindo para M1 Pro, M1 MaX e agora o novo chip poderoso chamado Mac Ultra.
- Apresentaram o Mac Studio (começa em $1999) e MAC Studio Display
- Comunicaram que estão a trabalhar um novo Apple Pro.
Vamos à análise.
A imagem que eu tenho da Apple, de uma forma geral, é de uma marca que não apresenta os produtos feitos às 3 pancadas.
Produz o material e todo o serviço no seu tempo para apresentar com qualidade, promovendo por isso a reputação que tem.
Cheguei a escrever em 2021 um extenso artigo no meu blogue intitulado «Apple: luxo ou elite», com várias estatísticas e insights para quem gostar do tema.
O impressionante é que a Apple conseguiu preservar a imagem de ser exclusiva enquanto vende uma das mercadorias mais utilizadas no planeta.
Os smartphones e muitas outras tecnologias nas nossas vidas são necessidades extremamente úteis e completamente normais.
Reconhecidamente, a empresa é um génio na segmentação de produtos, marketing e estratégias de preços, mas tende a comportar-se com tudo o que diz que é incrível, espetacular, excelente, ótimo, sensacional, fantástico, esplêndido, extraordinário, grandioso… espalhafatoso.
Na Bolsa, o comportamento das ações da Apple não foi propriamente esplendoroso:
A explosão de opções de produtos da Apple
Antes de ser o CEO da Apple, Tim Cook gabava-se, há mais de uma década, de que todos os produtos da empresa podiam caber numa mesa. Recomendo a leitura do livro Tim Cook: O génio que elevou a Apple a outro nível.
O seu argumento era que a Apple se concentrava em fazer um pequeno número de coisas excecionalmente bem.
Sem grandes fracassos.
- Atualmente, a Apple está a vender oito modelos diferentes do iPhone, incluindo versões lançadas nos últimos anos.
- A empresa oferece 10 computadores Mac diferentes e cinco edições de iPad.
- Também vende aparelhos para TV, relógios de pulso, software de fitness e música, altifalantes domésticos, múltiplos modelos de auscultadores e inúmeros serviços de subscrição.
A Apple está a ganhar espaço nos produtos de grande consumo essenciais, os mais comuns, como outrora aconteceu no passado, com a história dos carros.
A complexidade é um sinal de que uma empresa já não pode tomar os seus clientes como garantidos.
Tem de se esforçar mais para os conquistar, especialmente porque a concorrência é feroz.