Muitos são os fatores que provocam o fracasso prematuro de muitos aspirantes a traders. Vamos ver alguns pontos fundamentais a ter em conta se não queremos fazer parte deste grupo.
Este tema pode ser muito vasto e de certeza que não vamos aqui cobrir todos os aspetos possíveis, no entanto, queremos deixar aqui o nosso ponto de vista, de uma forma humilde e construtiva para que todos os que nos acompanham, possam estar mais atentos e no futuro possam ser realmente traders.
Comecemos pelo óbvio. Qualquer trader deve ter um sistema. Sem um sistema nem se consegue começar quanto mais ter sucesso. Mas só isso não basta, ou seja, este sistema deve ser racional e provado. Alguns traders novatos acreditam em qualquer coisa…
Sempre acreditamos que no trading há que ser crítico, quase que ter mentalidade científica. Duvidar é importante!
Queremos aqui falar do “trader cego positivo”. O ser humano tende a processar a informação de forma selectiva, normalmente positiva para ele. Em muitos casos, confirma os prejuízos. Longe de procurar a verdade de forma neutral, trata de uma maneira mais ou menos inconsciente, a forma de ter razão.
Diante da curva de capital de uma determinada estratégia de trading aplicada num mercado, muitos traders novatos parece que só conseguem ver aqueles meses positivos, aquelas “agulhas” em que o gráfico de performance, apenas sobe e sobe…
Normalmente, o “trader cego positivo” sofre do “síndroma Superhomem”, ou seja, ignora que a especulação a curto prazo com produtos derivados, é um jogo que uns ganham e outros perdem. E os outros, não devem ser obrigatoriamente parvos. Não deixa de ser surpreendente como muitos traders novatos acreditam que podem viver do trading, que ganhar é simples, que se pode ter um ordenado mensal, etc.
Quando compra um futuro, quem o vende pode ser um japonês com anos de formação ou um trader do Goldman Sachs. O trader que sofre de “síndroma Superhomem” não quer pensar nisto. Mais de 95% dos traders pequenos perdem, mas ele não. Os que perdem são a maioria mas ele pertence à minoria dos iluminados.
O trader novato possuído pelo “sindroma Superhomem” tende a desprezar, às vezes sem se aperceber, quem perde, consideram-nos medíocres. A comprovação, quase inevitável, é que eles pertencem também aos 95% de insucesso, e isso paralisa-os e angustia-os. Normalmente, considerem isso como uma derrota pessoal.
Derivado do “síndroma Superhomem”, que por sua vez também é um “trader cego positivo”, temos outro grande problema dos novatos, a “imprudência inconsciente”. O risco, algo tão essencial no mundo do trading, é desprezado.
Muitos, mas mesmo muitos traders, entram no mercado com o seu dinheiro sem terem qualquer ideia do risco que correm, sem alguma vez terem medido esse mesmo risco. Eis o passaporte para o desastre!
Como falamos várias vezes aqui e nas nossas formações, o “drawdown”, um dado histórico de análise de estratégias, é a perda máxima de um sistema de trading em determinado período de tempo. Ainda há pouco tempo, um aluno aspirante a trader, perante um “drawdown” de um portfolio de futuros, dizia que ele não teria esse azar e apesar de lhe explicarmos que não se trata de azar, mas de um cálculo realista do risco que se deve levar a sério antes de começar, continuava a dizer que ele nao teria essa “falta de sorte”…
Recomendamos a todos os alunos, que vão medindo os resultados, pelo menos, uma vez por mês, pois como costumamos dizer: o que é medido acontece!
Por último, queremos falar de algo que tem a ver com tudo o que dissemos anteriormente, porque tudo está relacionado, a decisão de quanto capital é necessário para inicio da operativa em real. O cálculo correto do capital inicial é básico no trading. Mas como calculo quanto preciso para entrar em real?
A resposta é simples, depende do risco que a estratégia ou sistema tem associado. Mas como o trader novato desafia o risco, porque não o conhece e não o mede, é capaz de se atirar de noite para uma piscina sem água. Vamos supor que o “drawdown” da sua estratégia, medido num histórico de 5 anos, é de 15.000€, então deveria começar com um capital, no mínimo, do dobro desse valor. Desta forma, caso se repita um período mau ao que foi medido, poderia continuar no mercado a operar. O mesmo podemos dizer aos trades unitários, de acordo com a gestão monetária, não arrisque mais do que 2% a 3% por trade, mas isso é outro tema que podem saber mais na formação “A receita secreta do trading”, que costumamos fazer, pelo menos uma vez por ano. Fique atento a nova data.
Muitos traders têm uma estratégia que podiam ganhar a longo prazo, mas acabam por sair do mercado porque começam com um capital claramente insuficiente.
Não falamos aqui nada de novo, aliás repetimos o que dizem traders com muito anos de experiência.
Formação
O trading é duro e pode ser complexo. Pode ser um auto-didata, mas é muito muito difícil. Escolha alguém que o possa orientar, alguém que esteja de verdade no mercado todos os dias e possa demonstrar que ganha.
Paciência
Ninguém ganha ao começo, requer paciência e disciplina. Os resultados chegam, mas é melhor fazer o caminho caminhando…
Humildade
Se não chegar a ganhar, pare porque existem outras coisas na vida. Pense que é o que se passa com 95% dos traders novatos, logo é normal.
Prudência
Seja um “trader cego negativo”! Em vez de se centrar naqueles meses ou trades positivos, fique obcecado por perceber os meses e trades negativos, o “drawdown” de determinado período, o risco de cada trade. Calcule o seu capital em função do risco. Em vez de pensar como posso ganhar, pense em como posso me arruinar. Asseguramos que existem mais possibilidades da segunda hipótese se não sabe o que está a fazer nos mercados financeiros.
Se depois de aprender e sofrer durante um período longo, chegar o dia em que ganha com consistência, continue a ser prudente, nem que para isso tenha que reler este artigo.
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Bons trades!