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Quem será o próximo presidente da maior potência mundial?

Publicado 01.10.2020, 09:50
Atualizado 09.07.2023, 11:32
VIX
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O ano de 2020 é caracterizado por um conjunto de várias incertezas. A incerteza quanto à evolução da pandemia e a possibilidade de haver novos “lockdowns”, a incerteza sobre as relações comerciais entre a China e os EUA, a incerteza quanto à disponibilidade das vacinas contra o COVID-19 e a incerteza de quem será o próximo presidente do EUA. O candidato que for eleito em Novembro terá desafios únicos e difíceis pela frente. Administrar uma nação depois de uma pandemia global que causou uma redução brusca da economia e um aumento significativo de desempregados, para níveis nunca antes vistos desde a grande depressão, não vai ser uma tarefa fácil. A maneira como esta crise for gerida pode fazer a diferença entre uma “recuperação em V” ou uma recessão mais prolongada. Por isso, as agendas políticas de cada candidato são ainda mais importantes nestas presidenciais de 2020.

Sondagens

De acordo com uma sondagem nacional do jornal Financial Times, Joe Biden lidera as intenções de voto com 50,3% contra os 43,2% de Donald Trump[i]. De acordo com estes resultados, Biden tem uma vantagem de 7 pontos percentuais, representando uma larga margem entre si e o atual presidente e candidato republicano à Casa Branca.

Apesar de Biden estar à frente, segundo uma sondagem da Pew Research, que dividiu os eleitores por: apoia fortemente, apoia moderadamente e tendência em apoiar, a maioria dos apoiantes de Trump mostraram-se seguros em votar nele, sendo que 66% dos simpatizantes de Trump apoia-o fortemente e 23% apoia moderadamente. Em contrapartida os simpatizantes de Biden têm mais dúvidas, dado que só 46% o apoia fortemente e 43% moderadamente[ii]. Ou seja, ainda que Biden esteja à frente nas sondagens, existe uma margem de erro grande quanto aos resultados destas eleições.

Figura 1: Intenções de voto dos candidatos à Casa Branca nas Sondagens. As linhas representam o peso médio das intenções de voto nas sondagens. Fonte: Financial Times

Os candidatos

Para a economia um dos pontos mais importantes é o plano de como cada um dos candidatos pretende enfrentar os efeitos negativos causados pela pandemia. O candidato republicano, Donald Trump, encoraja os estados para uma abertura da economia o mais depressa possível mesmo em detrimento do aumento do número de casos de COVID-19, enquanto que Joe Biden prega por mais prudência. Em termos de impostos, Trump quer mantê-los como estão. Biden propõe aumentar o IRS de 37% para 39,6% no escalão mais alto, e de 21% para 28% para o IRC. Isso significa que a tesouraria americana iria recolher mais 4 triliões de dólares em impostos entre 2021 e 2030[i]. Biden incentiva também a que haja mais estímulos fiscais, nomeadamente para a indústria das energias renováveis, encaminhando a América para uma redução das emissões de carbono.

Na política internacional, tanto Trump com Biden defendem que os EUA devem tornar-se mais independentes da China e confrontá-la sobre os direitos de propriedade intelectual e transferência de tecnologia, divergindo só na sua execução. Trump continua a fazer pressão à China com um aumento de tarifas instigando, por consequência, uma guerra comercial. Já Biden pretende resolver este assunto de forma articulada com os aliados e outros parceiros.         

Na saúde, Trump quer reduzir despesas no Medicare e Medicaid e reduzir também o preço dos medicamentos. Apesar de Biden concordar no último ponto, ele não só se opõe ao corte das despesas como também quer uma redução da idade de elegibilidade do Medicare dos 65 para 60 anos, fazendo com que potencialmente mais 20 milhões de americanos tivessem acesso a esse seguro.

Impacto nos mercados

Nos mercados, a incerteza gera volatilidade, e a volatilidade costuma ser associada a mais risco para os investidores.
No caso de uma vitória de Trump, no curto prazo, é expectável que os mercados accionistas reajam positivamente dado que o IRC provavelmente permanecerá nos níveis atuais. Numa vitória de Biden, o cenário mais provável será uma reação negativa, pois o aumento do IRC de 7 pontos afetaria negativamente os resultados líquidos das empresas. Em termos sectoriais, uma a vitória de Trump significará manter o status quo, por isso, o sector das petrolíferas, entre outros, deverá ser o mais beneficiado. Pelo contrário, no caso de Biden, dada as promessas de transição e investimentos nas energias renováveis, as petrolíferas devem ser negativamente afetadas e o sector das utilities sairá favorecido com essas políticas.

Considerando que cada candidato tem propostas diferentes para o futuro pós-COVID, e que a maneira de como a crise for gerida pode fazer a diferença entre uma recuperação e uma recessão, é normal que os investidores se posicionem no mercado de acordo com as expetativas de quem irá ganhar a eleição. Neste próximo mês, à medida que se forem realizando os debates presidenciais e saírem novas sondagens é esperado que haja um aumento de volatilidade nos índices accionistas devido à incerteza dos resultados possíveis.

De facto, em termos históricos, a incerteza política é um fator que está correlacionado com a volatilidade nos mercados financeiros (correlação de 58%). Conforme pode ser observado abaixo na figura 2, nas últimas eleições americanas, realizadas em Novembro de 2016, no mês precedente às eleições, o índice de incerteza aumentou de 123 para 242 pontos, e o índice de volatilidade(VIX) aumentou de 13,29 para 17,06 pontos. Deste modo, é de esperar um aumento de volatilidade para o próximo mês, dado os níveis de incerteza política estarem próximos dos máximos e tendo em conta a proximidade das eleições americanas.

Figura 2: Comparação entre o índice de volatilidade e o índice de incerteza de política global Fonte: Banco Invest


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[i] Biden vs Trump: Who is leading the 2020 US election polls? (2020, September 24). Retrieved September 24, 2020, from https://ig.ft.com/us-election-2020
[ii] Voters Highly Engaged, but Nearly Half Expect Difficulties Voting in 2020 Election. (2020, August 08). Retrieved September 24, 2020, from https://www.pewresearch.org/politics/2020/08/13/election-2020-voters-are-highly-engaged-but-nearly-half-expect-to-have-difficulties-voting
[iii] Gleckman, H. (2020, March 05). Biden Would Raise Taxes by $4 Trillion Over 10 Years, Mostly on The Highest-Income Households. Retrieved September 24, 2020, from https://www.taxpolicycenter.org/taxvox/biden-would-raise-taxes-4-trillion-over-10-years-mostly-highest-income-households

Últimos comentários

Apesar do que muito se fala e especula, Trump já mostrou e mostra aos americanos (e ao mundo), que a filosofia "ou estás comigo ou estás contra mim" é a que vai vigorou e vai vigorar no próximo mandato. Já se vê inúmeras situações públicas (talvez show-off), os embaixadores e representantes dos USA fazer declarações amistosas sobre "se os governos preferem ter um aliado ou um parceiro económico", talvez seja ruído para o mercado, uma nação interferir em negócios de "pequenas empresas" a nível de vários países, inclusive continente africano. Biden poderá dar alguma calmaria e corrigir algumas situações do passado. Resta a cada um pensar, queremos calmaria e ficar sentados no sofá na zona de conforto ou sair da zona de conforto e " fazer vida".
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