Em declaração polêmica, o Ministro do Desenvolvimento da Rússia, Alexey Vedev, afirmou que o há risco de “ruptura de grandes bolhas” no mercado cambial internacional devido ao excesso de liquidez.
Segundo ele, a situação se estabilizaria com o aumento si emissão de títulos públicos por parte dos estados, mesmo sob o perigo de aumento do chamado “monetarismo” financeiro.
Segundo o alto funcionário, levando em consideração o papel fundamental da rotatividade cambial nos setores produtivos, comerciais e agropecuário da economia, os Bancos Centrais deve fomentar o mercado de títulos corporativos, afetando diretamente o nível das taxas de juros que, consequentemente, afeta o valor das moedas nacionais. Como exemplo, as reservas internacionais do Banco Central da Rússia somam 390 bilhões de dólares, aliadas às reservas das grandes empresas estatais exportadoras como a Surgutneftegaz, que sozinha detém mais de 35 bilhões de dólares.
O ministro defendeu fixar o câmbio do rublo no longo prazo, uma vez que se conjuntura dos mercados de commodities não é uma preocupação, outros setores econômicos estão sob ameaça. Todavia, uma intervenção mais profunda do Estado na economia demandaria o abandono por parte dos governos e bancos centrais dos dogmas liberais dos anos 90.
Pegando a economia russa como exemplo, Vedev afirmou que as taxas de juros no país estão muito altas e poderiam ser reduzias em 7-8%. Isso seria capaz de transferir parte da liquidez do mercado cambial para setores reais da economia, fortificando o desenvolvimento econômico. Todavia, nota-se por parte dos bancos centrais uma lenta na transição da prioridade para políticas de apoio à indústria e ao crescimento econômico. Menores taxas de juros também favorecem o crédito ao consumidor, elevando a demanda interna.
Em contraposição à opinião do ministro, especialistas não acreditam em uma possível formação de bolha nos mercados cambiais, muito menos de ruptura da liquidez. Em termos de capitalização de mercado vs. PIB, os mercados acionários continuam a apresentar baixos valores, mormente em comparação a outras épocas de elevada liquidez. Por exemplo, o principal indicador do mercado acionário russo para investidores globais, o índice RTS, atinge hoje 900 pontos, enquanto que em 2008, quando houve a grande crise dos mercados financeiros, seu valor era de 2.500.