BRUXELAS, 1 Mar (Reuters) - O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apresentou esta quarta-feira as opções para reformar o bloco a fim de reforçar a sua unidade e o apoio popular após a decisão chocante do Reino Unido de sair.
Os cinco cenários num "Livro Branco" que o presidente da Comissão Europeia entregou ao Parlamento Europeu variaram entre mudar pouca coisa, reduzir-se apenas a um policiamento de mercado comum e um grande passo em frente em termos de centralização da soberania dos estados.
Juncker descartou a redução de papel da UE, dizendo que a União deveria ter maiores ambições, apoiando-se nos 60 anos da promoção de paz e prosperidade.
Ele falou positivamente sobre um cenário em que alguns Estados integrariam-se mais rapidamente - alguns Governos, especialmente no leste mais pobre, temem que essa possibilidade possa provocar as divisões em sua desvantagem.
Mas, em geral, o Executivo rejeitou críticas de alguns legisladores da UE que ele estava a falhar em desempenho do seu papel de liderança na União ao não divulgar um único conjunto de recomendações.
Em termos mais gerais, o antigo primeiro-ministro luxemburguês disse que cabia aos Governos e Parlamentos nacionais trabalhar nas decisões de reforma da UE, que, como visto do voto Brexit no Reino Unido, enfrenta crescentes desafios dos eurocépticos nacionalistas.
"O futuro da Europa não deve ser um refém das eleições, da política de partidos ou dos gritos de triunfo dirigidos às audiências domésticas", disse ele, repetindo uma queixa familiar de que os líderes nacionais tentam esconder a sua própria responsabilidade pelas políticas impopulares e pelos fracassos por trás de "Criticas de Bruxelas".
Juncker mencionou a cooperação, na Zona Euro, na segurança, assuntos militares e padrões sociais como as áreas onde os europeus poderiam cooperar mais, mas deu poucos detalhes.
Muitos concordam que a Zona Euro precisa de uma integração económica mais profunda, mas esse objectivo é dificultado por diferenças sobre como alcançá-lo, principalmente entre as principais potências Alemanha e França, que realizam eleições nacionais este ano.
Texto integral em inglês: (Reportagem por Francesco Guarascio e Alastair Macdonald; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom; Editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)