O governo do Perú fala do derrame de petróleo de há duas semanas, numa refinaria da Repsol (MC:REP), como um dos piores desastres ecológicos que aconteceram no país. Mais de 20 praias foram contaminadas e as aves marinhas continuam a morrer por fome ou envenenamento.
Giancarlo Inga Diaz é um dos veterinários que acompanham a situação. Explica que tem encontrado muitos pássaros a flutuar no mar sem força para nadar, caçar e voar, e que acabam por morrer. “As penas perdem a capacidade de proteção sobre a água e a permeabilidade, e uma causa comum de morte é a hipotermia”, revela. Outras aves que não são "oleadas" comeram peixe contaminado com óleo cru e morreram de intoxicação alimentar.
O derrame, que já atinge 100 km de costa, aconteceu numa altura em que petroleiro de bandeira italiana "Mare Doricum" descarregava na refinaria La Pampilla em Ventanilla, 30 km a norte de Lima, propriedade da Repsol de Espanha. A empresa atribuiu o acidente a ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga.
A mancha negra de petróleo foi varrida para norte pelas correntes oceânicas até 140 km da refinaria, segundo o Ministério Público, matando um número desconhecido de peixes, aves e mamíferos marinhos.Todos são recolhidos, ensacados e trazidos para terra. Os especialistas estão também a resgatar aves vivas cobertas de óleo da água, xom hipotermia e fome. As aves resgatadas vivas, e também os pinguins de Humboldt ameaçados de extinção, são levadas para o zoo do Parque de Las Leyendas em Lima, onde são limpas e reidratadas.
A justiça peruana proibiu na sexta-feira quatro executivos da companhia petrolífera espanhola Repsol de deixar o país durante 18 meses e ordenou a "apreensão" do petroleiro envolvido, que permanece ancorado a seis milhas do porto de Callao.