LISBOA, 1 Nov (Reuters) - As subidas superiores a 1 pct do Millennium bcp BCP.LS e dos CTT CTT.LS levam a Bolsa de Lisboa a ganhar 0,12 pct, numa sessão de forte volatilidade, face a uma Europa sem tendência definida e com os investidores de olhos postos na reunião da Reserva Federal dos EUA, disseram dealers.
* O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX cai 0,2 pct, depois de um arraque em terreno positivo, pressionado pelas quedas das farmaceuticas, banca e telecoms, ao passo que o índice de recursos básicos .SXPP sobe 0,9 pct.
* Os mercados mostraram-se agradados com o crescimento da atividade no setor manufactureiro na China que aumentou a um ritmo mais rápido do que o esperado em Outubro, segundo uma sondagem oficial, realçando que a segunda maior economia do mundo está a estabilizar graças a um 'boom' da construção.
* O sector de 'oil&gas' .SXEP segue indefinido após os resultados da Shell e da rival BP .
* A Royal Dutch Shell RDSa.L sobe 3 pct após ter reportado um aumento de 18 pct no lucro líquido subjacente, superando as previsões dos analistas, referindo que a despesa de capital do próximo ano estará no patamar inferior do intervalo esperado.
* O movimento na Shell contrasta com o da BP BP.L , que está a cair 1,6 pct. Enquanto o lucro subjacente do custo de substituição da BP, a definição da empresa de lucro líquido, bateu as expectativas, traders disseram que esta subida foi feita em grande parte devido a um crédito de imposto único enquanto os resultados do 'upstream' saíram abaixo das previsões.
* As atenções dos investidores estão, no entanto, centradas em mais uma reunião de política monetária nos EUA, que começa hoje e termina amanhã, ainda que não seja expectável qualquer alteração nas taxas de juro, até pela proximidade das eleições presidenciais norte-americanas.
* As hipóteses de um aumento das taxas em Dezembro estão agora em torno de 78 pct, de acordo com o FedWatch ferramenta do CME Group.
* Também o Banco do Japão terminou hoje a sua reunião de dois dias, mantendo inalterada a sua política monetária, mantendo as taxas aos níveis mínimos em que já estavam e continuando o programa de compra de dívida pública.
* Em Lisboa, os títulos do BCP sobem 1,7 pct e os dos CTT ganham 1,4 pct. O operador postal recebeu um corte de preço-alvo pelo Barclays (LON:BARC), de 17 pct para 8 euros por acção, após uma revisão de estimativas para acomodar a "virtual ausência de crescimento em 2016" e maiores perdas do Banco CTT.
Contudo, a avaliação de 8 euros representa um potencial de subida de 31 pct face à cotação actual de 6,11 euros do operador postal.
* Suporte adicional da Jeronimo Martins JMT.LS que ganha 0,54 pct e da Mota-Engil MOTA.LS que sobe 0,3 pct.
* Pela negativa, a telecom NOS NOS.LS cai 0,3 pct, a EDP (SA:ENBR3) EDP.LS desce 0,2 pct, a EDP Renováveis EDPR.LS desce 0,1 pct, indiferentes à notícias de que a Fitch manteve a notação de rating de longo prazo de "BBB-" e de curto prazo de "F3" da EDP O Outlook foi também mantido em "estável".
* A Galp GALP.LS perde 0,45 pct, contrariando a subida do preço do petróleo. O barril de Brent LCOc1 soma 1,1 pct para 49,14 euros e recupera de mínimos de um mês, após ter tido ontem a maior queda intradiária em mais de cinco semanas. Os analistas vêem contudo que perspectiva de uma recuperação de preços mais acentuada é limitada.
Os preços do petróleo atingiram máximos de um ano em Outubro, após a OPEP ter dito numa reunião na Argélia no final de Setembro que concordou em limitar a produção em torno do máximo para ajudar a diminuir o excedente.
Mas um número crescente de países que se dizem relutantes ou que não podem cortar a produção tem colocado em dúvida a capacidade do grupo de alcançar um acordo efetivo quando se reunir em 30 de Novembro.
(Por Patrícia Vicente Rua)