LISBOA, 26 Mar (Reuters) - A terceira vaga da pandemia da COVID-19 está a ter um forte impacto na economia portuguesa e o défice orçamental deste ano irá exceder o objectivo do governo de 4,3% do PIB, apesar do défice de 2020 ter sido inferior ao esperado, disse o Ministro das Finanças na sexta-feira.
João Leão disse que "um aumento sem precedentes das despesas" para apoiar as empresas e o emprego esteve por detrás do défice de 5,7% do ano passado, que veio após o primeiro excedente em pelo menos quatro décadas reportado em 2019, de 0,1%.
O défice orçamental, contudo, terminou em 2020 abaixo da estimativa inicial do governo de 7,3%.
"A pandemia está a ter um impacto muito mais forte do que o previsto em Portugal, o que significa que a redução do défice será muito menor do que esperávamos", disse Leão aos jornalistas sobre a meta de 4,3% para este ano, reiterando também que a previsão de crescimento económico deste ano de 5,4% teria de ser revista em baixa. foi particularmente atingido pela terceira vaga da pandemia e só agora começou a aliviar as rigorosas medidas de confinamento impostas em meados de Janeiro para enfrentar o que era então o pior surto mundial de coronavírus.
O governo reforçou as medidas de apoio às empresas e famílias nos últimos meses, o que irá aumentar as despesas em relação a 2020, disse Leão.
No entanto, os fundos de recuperação da UE deverão impulsionar o investimento privado e público este ano e, a longo prazo, disse Leão, esperando que o aumento da poupança das famílias também estimule o crescimento económico, com o ritmo de recuperação a reforçar-se no segundo semestre do ano.
Texto integral em inglês: Sergio Goncalves; editado por Andrei Khalip; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)