LISBOA, 28 Jan (Reuters) - A primeira fase do plano de vacinação de Portugal contra a COVID-19 será prolongada por cerca de dois meses até Abril, disse o líder do programa na quinta-feira, uma vez que os atrasos na entrega significam que o país receberá apenas metade das doses esperadas até Março.
Portugal, onde as infecções e mortes atingiram níveis recorde após o Natal, esperava inicialmente receber cerca de 3 milhões de doses de vacinas no primeiro trimestre, mas este número caiu para apenas 1,5 milhões devido a atrasos na entrega, disse o chefe da equipa de vacinação Francisco Ramos.
Ele tinha dito em Dezembro que o plano original previa 950.000 pessoas - profissionais de saúde, trabalhadores chave, pessoas com mais de 50 anos com condições pré-existentes e figuras políticas chave - serem totalmente vacinadas em Janeiro e Fevereiro.
Sob os novos constrangimentos, 810.000 pessoas deverão ser totalmente vacinadas até ao final de Março e 520.000 receberão uma primeira dose, disse Ramos.
"A primeira fase irá decorrer até Abril", disse Ramos, acrescentando que as pessoas com mais de 80 anos seriam agora também incluídas nesta fase.
"Esta não será certamente a última mudança no plano (de vacinação) ... devido à incerteza que a disponibilidade de vacinas nos impõe".
Um total de 74.000 pessoas, incluindo residentes e pessoal de cuidados domiciliários, foram até agora totalmente inoculadas em Portugal, todas com a vacina Pfizer/BioNTech, disse Ramos.
Disse que se a vacina produzida pela AstraZeneca for aprovado por Bruxelas, Portugal poderia receber mais 2,2 milhões de doses até ao final de Março e alcançar o seu objectivo revisto.
A AstraZeneca disse na semana passada que iria reduzir os fornecimentos da UE no primeiro trimestre devido a problemas de produção, e a Pfizer (NYSE:PFE) alertou para um abrandamento temporário dos envios para a União Europeia no final de Janeiro causado por alterações nos processos de fabrico, enfurecendo os decisores da UE.
Após as críticas dos legisladores sobre a inclusão de políticos na primeira fase da vacinação, o governo disse na quarta-feira que cada instituição estatal - do parlamento aos tribunais - deveria dizer quais os trabalhadores que considera essenciais e que necessitam de uma vacina.
Texto integral em inglês: (Por Victoria Waldersee, Catarina Demony, Sergio Goncalves; Escrito por Victoria Waldersee; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)