LISBOA, 19 Out (Reuters) - Os casos de coronavírus em Portugal passaram dos 100.000 na segunda-feira, com quase 2.000 novas infecções nas últimas 24 horas, dias após a entrada em vigor de novas medidas duras para conter a doença.
"O cansaço de todos é legítimo mas não pode legitimar o fracasso", disse o secretário de Estado da Saúde, Antonio Sales, numa conferência de imprensa. "Continuamos a depender uns dos outros - e o nosso sucesso é o sucesso de Portugal".
A nação de pouco mais de 10 milhões de pessoas ganhou inicialmente elogios pela sua resposta rápida à pandemia.
Registou um número comparativamente baixo de 101.860 casos confirmados de coronavírus e 2.198 mortes.
Mas, como na maioria dos países europeus, as infecções voltaram a aumentar. Na sexta-feira, Portugal atingiu 2.608 casos, o número mais alto desde que a pandemia começou, embora os testes também tenham aumentado.
Os ajuntamentos estão agora limitados a cinco pessoas, os casamentos podem ser assistidos por um máximo de 50, as festas universitárias são proibidas e há penas mais pesadas para os estabelecimentos que quebram as regras.
As autoridades têm repetidamente dito que seria insuportável para a economia do país fechar novamente, como aconteceu durante um encerramento de seis semanas em Março.
"Estamos a todo o custo a tentar não implementar o confinamento", disse Sales.
O Primeiro-Ministro, Antonio Costa, advertiu na semana passada que o governo não temia mais restrições se a propagação do surto não abrandasse.
O Parlamento votará na quinta-feira sobre uma proposta do governo para tornar as máscaras obrigatórias em espaços exteriores apinhados e se a aplicação de rastreio do governo deve ser obrigatória para algumas forças de trabalho.
Os planos para tornar obrigatória a aplicação "Stay Away Covid" suscitaram controvérsia, tendo a Autoridade Portuguesa para a Protecção de Dados dito que "levanta sérias questões relacionadas com a privacidade dos cidadãos".
Texto integral em inglês: Catarina Demony; Reportagem adicional de Patricia Vicente Rua; Editado por Giles Elgood; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)