Por Sergio Goncalves
LISBOA, 27 Jul (Reuters) - Portugal teve um défice público de 6.776 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2020, disparando 10 vezes face ao mesmo período do ano passado, devido ao impacto da pandemia do coronavírus e subsequente lockdown, anunciou o Ministério das Finanças.
As receitas totais caíram 9,5% e as receitas de impostos desceram 14,5% devido à "diminuição acentuada da actividade económica", enquanto a despesa aumentou 5,4% com subsídios ao 'lay-off' de trabalhadores, apoios sociais, compras de equipamentos de saúde e contratação de médicos e enfermeiros.
"A execução (orçamental) evidencia os efeitos da pandemia da COVID-19 na economia e nos serviços públicos na sequência das medidas de política de mitigação", disse o Ministério das Finanças em comunicado.
Estes números são em contabilidade pública ou seja numa óptica de fluxos de entradas e saídas de caixa, enquanto os dados que valem para Bruxelas são em contabilidade nacional, que é uma óptica de compromissos de receita e despesa assumidas.
As previsões de até que ponto o crescimento cairá este ano, devido ao surto de coronavírus, variam entre os 6,9% do governo e os 9,5% do Banco de Portugal.
O governo de Portugal espera um déficit igual a 7% do PIB em 2020, um revés doloroso depois que o país teve seu primeiro superávit orçamentário em 45 anos no final de 2019.
No ano passado, o país registrou um crescimento de 2,2% e um superávit orçamentário de 0,2% do PIB.
Portugal, que registou 50.299 casos confirmados de COVID-19 e 1.719 mortes, começou a levantar algumas restrições impostas durante um lockdown de seis semanas a partir de 4 de maio.
(Por Sérgio Gonçalves)