MADRID, 25 Ago (Reuters) - O primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez disse na terça-feira que seriam disponibilizadas tropas para ajudar as regiões a ultrapassar um preocupante ressurgimento do coronavírus.
Disse também que as administrações regionais poderiam tomar elas próprias decisões sobre como lidar com a luta contra a epidemia, em vez de ser o governo central a tomar o comando.
O governo apoiaria os pedidos dos líderes regionais para declarar estados de emergência localizados, disse Sanchez.
"A curva dos dados pandémicos é preocupante e tem de ser contida. Temos de estar calmos e vigilantes", disse Sanchez após a primeira reunião do conselho de ministros, depois das férias de Verão.
A contagem cumulativa de casos de coronavírus em Espanha - já a mais alta da Europa Ocidental - atingiu 405.436 após um surto na semana passada, que foi a pior semana de infecções desde o pico da epidemia no final de Março, mostram os números do Ministério da Saúde.
As infecções aumentaram acentuadamente desde que Espanha levantou o estado de emergência e o confinamento em finais de Junho, mas as mortes diárias têm sido muito inferiores às de Março-Maio. O número total de mortes em Espanha é de 28.872.
"As regiões que não têm rastreadores suficientes podem contar com o apoio das forças armadas do nosso país", disse Sanchez numa conferência de imprensa, prometendo que seriam disponibilizadas 2.000 tropas iniciais.
"A formação específica do exército em detecção precoce e rastreio epidemiológico inclui procedimentos para a identificação de factores de risco e rastreio de contactos", acrescentou.
Na tentativa de travar o ressurgimento, as autoridades regionais trouxeram de volta algumas restrições que foram levantadas juntamente com o 'lockdown' nacional.
Mas algumas regiões, incluindo a duramente atingida Madrid, queixaram-se da falta de medidas legais ou preocupações sobre como utilizar as disponíveis.
Na sequência das preocupações dos pais e professores sobre a falta de clareza dos planos governamentais e regionais para a reabertura segura das salas de aula, dentro de cerca de duas semanas, Sanchez disse:
"Garanto aos pais e mães e ao corpo docente que os centros educacionais estarão a salvo da COVID, e que serão muito mais seguros do que muitos outros ambientes onde os nossos jovens têm estado nas últimas semanas".
Tanto Madrid como a Catalunha anunciaram que iriam realizar testes em massa aos estudantes e contratar mais pessoal para garantir aulas de menor dimensão quando começar o novo período escolar.
Texto integral em inglês: Belén Carreño; Escrito por Andrei Khalip; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)