LISBOA, 19 Abr (Reuters) - Três meses depois de João Correia ter sido forçado a fechar o seu café num dos centros comerciais de Lisboa, ele voltou a receber clientes esta segunda-feira, sentindo-se cauteloso e esperançoso em relação ao futuro.
Portugal impôs um segundo confinamento nacional em Janeiro para conter o que era então o pior aumento de COVID-19 do mundo. Uma nação de pouco mais de 10 milhões, registou mais de 830.000 casos e cerca de 17.000 mortes pelo vírus.
Regras rígidas foram gradualmente relaxadas desde meados de Março, quando cabeleireiros, livrarias e algumas escolas reabriram.
Duas semanas depois, esplanadas, museus, mercados, feiras, pequenas lojas e ginásios puderam abrir as portas. Esta segunda-feira, foi a vez de centros comerciais como o das Amoreiras, em Lisboa, onde Correia trabalha há mais de três décadas.
"Eu estava ansiosamente à espera disto ... é uma alegria chegar a este dia", disse ele. "Não ganhamos dinheiro durante três meses e agora, passo a passo, temos de recuperar."
Cinemas, escolas secundárias, universidades e áreas interiores de restaurantes também receberam luz verde para reabrirem esta segunda-feira em grande parte do país. Amoreiras têm mais de 200 lojas e o seu director Fernando Oliveira disse que o impacto do confinamento nos negócios foi "brutal".
"Durante o primeiro confinamento foi um choque ver corredores escuros, sem pessoas, lojas fechadas", disse Oliveira, enquanto clientes ansiosos faziam fila do lado de fora das lojas na segunda-feira. "Não foi um choque tão grande desta vez, mas ainda assim foi muito difícil."
Nenhuma crise na história recente atingiu a economia de Portugal dependente do turismo com tanta força quanto a pandemia, com o PIB a contrair 7,6% no ano passado, a sua maior queda desde 1936.
Texto integral em inglês: (Reportagem de Catarina Demony e Miguel Pereira, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom)