LISBOA, 27 Ago (Reuters) - O governo português anunciou nesta quinta-feira que vai introduzir medidas mais rígidas para conter o surto de coronavírus a partir de meados de Setembro, altura em que os alunos regressam às escolas e muitos trabalhadores voltam ao escritório.
A Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse numa conferência de imprensa que as novas medidas só serão anunciadas no início de Setembro, mas adiantou que todo o país ficará sob estado de contingência.
"As medidas serão trabalhadas ao longo dos próximos dias e apresentadas a partir da reunião entre peritos e responsáveis políticos," disse Vieira da Silva.
De momento, a única zona em Portugal na categoria de contingência é a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde os encontros são limitados a 10 pessoas, ao invés de 20 como no resto do país.
O anúncio veio após um aumento no número de casos de coronavírus, de 145 na segunda-feira desta semana para quase 400 na quinta-feira, com a maioria das infecções relatadas na capital e arredores.
"Não sabemos ainda se o aumento do dia de ontem e do dia de hoje se isso significa que existe uma tendência crescente, é cedo para tirar essa conclusão", acrescentou a ministra.
Portugal relatou 56.673 casos até à data, tendo inicialmente recebido elogios pela sua rápida resposta à pandemia. No entanto, uma onda de surtos localizados em Lisboa preocupou as autoridades e forçou o governo a impor novamente algumas restrições. preocupações agora aumentam, com cerca de 2 milhões de estudantes no país a prepararem-se para voltar às aulas presenciais a partir de 14 de Setembro.
Em Julho, o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que as máscaras seriam obrigatórias para professores e alunos, que têm recebido ensino em casa desde Março, e que as medidas de distanciamento social seriam adoptadas dentro das salas de aula.
Texto original em inglês: (Reportagem de Catarina Demony; em português por Maria Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)