(Acrescenta detalhes sobre ajuda internacional, atrasos vacinas)
LISBOA, 1 Fev (Reuters) - Portugal reportou cerca de metade de todas as mortes COVID-19 em Janeiro, salientando o forte agravamento da pandemia num país cuja situação levou várias nações europeias a oferecer ajuda.
Hospitais em toda a nação de pouco mais de 10 milhões estão à beira do colapso, com ambulâncias a fazer fila, por vezes durante horas, devido à falta de camas e com algumas unidades de saúde a lutar para encontrar espaço refrigerado suficiente para preservar os corpos dos falecidos.
A Áustria está disposta a acolher doentes em cuidados intensivos e está à espera que as autoridades portuguesas proponham quantos doentes querem transferir, disse a embaixada austríaca em Lisboa.
A Alemanha vai enviar pessoal e equipamento médico. vizinha Espanha também ofereceu ajuda, mas Portugal ainda não aceitou, disse à Reuters uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol, enquanto que a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Arancha Gonzalez Laya, disse à LaSexta TV que ambos os países estão em "contacto directo todos os dias, a todos os níveis".
Em Janeiro, 5.576 pessoas morreram da COVID-19, representando 44,7% de todas as 12.482 vítimas mortais desde o início da pandemia em Portugal, disse a autoridade sanitária DGS.
As autoridades portuguesas atribuíram o enorme aumento das taxas de infecção e morte à variante mais contagiosa da doença detectada pela primeira vez na Grã-Bretanha, reconhecendo ao mesmo tempo que um abrandamento das restrições ao movimento social durante as férias de Natal desempenhou um papel importante.
A associação que representa as casas funerárias advertiu que os hospitais públicos estavam a ficar sem espaço refrigerado para preservar os corpos das vítimas da COVID-19, e alguns, incluindo o maior hospital de Portugal, Santa Maria, instalaram contentores frigoríficos extra para aliviar a pressão sobre as suas morgues.
Mais de 711.000 infecções foram comunicadas desde Março de 2020, com 43% dessas infecções em Janeiro, segundo a DGS, com a contagem a aumentar em 275 mortes e 5.805 casos na segunda-feira.
Portugal tem a média mais alta do mundo de sete dias de novos casos diários por milhão de habitantes, segundo o ourworldindata.org.
Com 865 doentes com coronavírus nos cuidados intensivos e 6,869 nas enfermarias hospitalares, os hospitais estão a ficar sem camas e há escassez de médicos e enfermeiros.
Portugal tem 850 camas de UCI atribuídas a casos COVID-19 no seu sistema de saúde pública continental e outras 420 para aqueles com outras doenças, de acordo com os dados mais recentes.
Para a maioria, a vacinação contra o vírus é a luz ao fundo do túnel. Mas apenas cerca de 70.000 pessoas foram totalmente vacinadas com as duas doses requeridas até à data. As pessoas com mais de 80 anos começam a receber as vacinas na segunda-feira. integral em inglês: (Reportagem de Sérgio Gonçalves, Catarina Demony e Victoria Waldersee; Reportagem adicional de Belen Carreno e Emma Pinedo Gonzalez em Madrid e Thomas Seythal em Berlim; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)