(Acrescenta citações comunicado,)
Por Sergio Goncalves e Catarina Demony
LISBOA, 27 Jul (Reuters) - A Galp teve um prejuízo de 52 milhões de euros no segundo trimestre de 2020, após o colapso da procura devido ao surto de coronavírus a obrigar a fechar a principal refinaria do país e a empresa reiterou que as perspectivas são desafiantes.
Há um ano, a Galp teve um lucro líquido ajustado de 199 ME.
"O 'downstream' teve uma significativa desaceleração, sobretudo em Abril e Maio, com Junho a mostrar uma recuperação", disse a Galp Energia (LS:GALP) numa apresentação divulgada no site da CMVM.
Contudo, "ainda espera um fraco e volátil ambiente de refinação e trading", qualificando o 'outlook' para 2020 como " desafiante".
O EBITDA - earnings before interests, taxes, depreciation and amortization - ajustado a replacement cost (RCA), que exclui efeitos voláteis de inventário, situou-se em 291 ME entre Abril e Junho versus 615 no período homólogo.
O EBITDA RCA da refinação & Midstream caiu 80% para 19 ME no segundo trimestre e o EBITDA RCA do 'upstream' desceu 50% para 204 ME "impactado pela diminuição abrupta dos preços de petróleo no período", apesar do aumento da produção working interest.
A média de estimativas de 24 analistas compilada pela Galp previa um prejuízo de 59 ME no segundo trimestre de 2020 e um EBITDA ajustado a replacement cost (RCA) de 274 ME. segundo trimestre, a empresa também teve imparidades de cerca de 100 ME relacionada com activos de exploração de menor escala, reflectindo uma reavaliação do potencial dos prospetos.
Em consequência do 'lockdown' decretado em Portugal em meados de Março devido à pandemia do coronavírus, a Galp foi forçada a parar a sua refinaria de Sines - uma das principais da Europa e a maior da Portugal - entre 5 de Maio e 9 de Junho pois o consumo de combustíveis refinados tinha colapsado.
A Galp manteve também parada a fábrica de combustíveis da sua outra refinaria mais pequena, em Matosinhos, entre 3 de Abril e 20 de Julho. Estas são as duas únicas refinarias de Portugal.
A margem de refinação fixou em 2,0 dólares por barril no segundo trimestre de 2020, em linha com os 1,9 dólares do trimestre anterior, mas muito abaixo dos 3,0 dólares no segundo trimestre de 2019.
A empresa já tinha anunciado que as matérias primas processadas no segundo trimestre desceram 50% para 13,4 milhões de barris face ao primeiro trimestre, enquanto as vendas de produtos refinados a clientes directos caíram 34% para 1.158 milhões toneladas (MT). vendas de produtos petrolíferos diminuíram 44% em termos hmólogos, para 1,2 MT, "reflectindo a menor procura, sobretudo nos segmentos da aviação, marinha e retalho, durante abril e março, resultado das medidas de controlo sobre o surto de Covid-19".
No segmento de upstream, a produção média working interest aumentou 18% em termos homólogos para 132,2 mil barris diários, "suportada sobretudo pelo contínuo desenvolvimento dos projetos Lula, Iracema e Berbigão/Sururu no Brasil, assim como pela maior contribuição do projeto Kaombo, em Angola". (Por Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)