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Por Catarina Demony
LISBOA, 16 Dez (Reuters) - Portugal terá vacinas contra o coronavírus suficientes para inocular toda a população, com a distribuição das vacinas a começar assim que chegarem ao país, espera-se que antes do final do ano, disse o chefe do grupo de trabalho de vacinação.
"Seria intolerável ter vacinas em Portugal e não as utilizar imediatamente", disse na quarta-feira o chefe da equipa de vacinação Francisco Ramos a uma comissão parlamentar, acrescentando que haveria três pontos principais de distribuição em todo o país, incluindo nas ilhas dos Açores e da Madeira.
Ele confirmou que a vacinação seria gratuita e voluntária.
"Seria um grande erro torná-la obrigatória", disse Ramos, acrescentando que os estudos mostra que apenas cerca de 10% da população não quer ser vacinada. "Aqueles que se recusam a tomar a vacina devem ser respeitados".
Portugal espera vacinar quase 10% da população durante a primeira fase.
Portugal, com pouco mais de 10 milhões de pessoas, planeia comprar 22 milhões de doses de vacinas COVID-19 e assinou acordos para comprar as vacinas com os potenciais fabricantes CureVac, Pfizer-BioNTech, Moderna, Johnson&Johnson, Sanofi (PA:SASY) e GSK.
A vacina Pfizer-BioNTech deverá chegar três dias depois de o regulador de medicamentos da UE a aprovar no dia 21 de Dezembro, disse Ramos.
Ramos disse que as unidades de superfrio necessárias para as injecções seriam instaladas nos três pontos de distribuição, mas não nos 1.200 centros de saúde onde as vacinas serão dadas à população.
As injecções podem ser armazenadas nos locais de armazenamento central durante cerca de seis meses e seriam transportadas em câmaras frigoríficas para os centros de saúde para serem administradas imediatamente, disse Ramos. Lá, podem ser armazenadas durante cerca de 30 dias em frigoríficos normais.
O chefe dos centros de saúde está pronto para iniciar a vacinação e está a identificar os que devem ser vacinados primeiro, disse Ramos.
Será dada prioridade às pessoas com mais de 50 anos com condições pré-existentes, profissionais na linha da frente, bem como às pessoas em lares e unidades de cuidados intensivos.
Texto integral em inglês: Catarina Demony; Editado por Ingrid Melander; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)