Por Catarina Demony
LISBOA, 2 Mar (Reuters) - Portugal teve o seu menor número de pacientes COVID-19 hospitalizados em quatro meses na terça-feira, mostraram dados, com o primeiro-ministro a avisar que a imposição de restrições de confinamento continuava a ser essencial num país que há um mês ultrapassou as taxas globais de mortalidade.
Durante várias semanas, em Janeiro, o serviço de saúde de Portugal esteve à beira do colapso ao registar o pior surto mundial de infecções por coronavírus e fatalidades per capita.
Mas um confinamento a nível nacional, em 15 de Janeiro, fez baixar rapidamente esses números, e as 38 mortes e 691 novos casos registados na terça-feira voltaram ao mesmo nível das médias registadas em Outubro, quando as empresas ainda estavam abertas.
A autoridade de saúde DGS disse que 1.997 estavam a receber tratamento para a COVID-19 em enfermarias hospitalares fora da UCI, o mais baixo desde 31 de Outubro e uma queda acentuada em relação aos 6.869 hospitalizados no início de Fevereiro.
Havia 446 pacientes de cuidados intensivos, o que corresponde a uma descida de 23 face a segunda-feira, segundo a DGS.
De acordo com a publicação online Our World In Data, o total combinado de hospitalizações foi o mais baixo desde 1 de Novembro.
Falando do lado de fora de um hospital em Lisboa, o Primeiro-Ministro António Costa exortou as pessoas a continuarem a cumprir as restrições para permitir que o confinamento seja gradualmente levantado.
"A ideia de que uma tragédia não se repete é falsa", disse Costa. "Pode voltar a acontecer se os seres humanos repetirem os mesmos comportamentos".
As autoridades portuguesas responsabilizaram o aumento de Janeiro pela variante mais contagiosa da doença detectada pela primeira vez na Grã-Bretanha, reconhecendo que um relaxamento das restrições à circulação durante o Natal também desempenhou um papel.
"Não podemos voltar a cometer esses erros", disse Costa.
Espera-se que os planos para aliviar lentamente o confinamento sejam anunciados a 11 de Março.
"Há mais pessoas que foram vacinadas do que as infectadas e isso deve fazer-nos olhar para o futuro com esperança renovada", disse a Ministra da Saúde, Marta Temido.
De uma população de pouco mais de 10 milhões, 885.109 pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina.
Texto integral em inglês: (Por Catarina Demony; Editado por Andrei Khalip e John Stonestreet; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)