LISBOA, 3 Jul (Reuters) - O Parlamento português aprovou na votação final global o orçamento suplementar de 2020 que aumenta a despesa em 4,3 mil milhões de euros (ME) para ajudar a economia a combater a crise do coronavírus, com a abstenção dos maiores partidos da oposição.
O plano do governo minoritário socialista inclui 1,6 mil ME para empregos, formação profissional e um novo esquema de lay-off, descontos fiscais e adiamento no pagamento de impostos para empresas que procuram investimentos ou particularmente atingidas pela crise, bem como 500 milhões de euros para o serviço nacional de saúde. presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, disse que o orçamento foi aprovado com os votos a favor dos 108 deputados do Partido Socialista e com as abstenções do Partido Social Democrata - maior partido da oposição - do Bloco de Esquerda e do PAN-Pessoas-Animais-Natureza.
Os antigos parceiros do Governo na legislatura anterior Partido Comunista Português (PCP) e Partido ecologista 'Os Verdes' votaram contra.
O PCP considerou que o plano não ia suficientemente longe para proteger os trabalhadores e votou contra, opondo-se pela primeira vez a um orçamento apresentado pelos Socialistas desde 2015. Na votação na generalidade a 17 de junho, o PCP tinha-se abstido.
Portugal está a levantar gradualmente o 'lockdown' imposto em 18 de Março, mas os efeitos da pandemia de coronavírus fizeram um buraco de 8,7 mil (ME) nas receitas públicas e impuseram um aumento da despesa de 4.300 ME.
O país tem pela frente uma dura recessão, prevendo o Executivo que o Produto Interno Bruto caia 6,9% este ano e a taxa de desemprego dispare para 9,6%. O défice é visto subir para 6,3% em 2020 e a dívida pública a aumentar para 134,4% do PIB em relação aos 117,7% do ano passado.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)