Por Sergio Goncalves
LISBOA, 30 Mar (Reuters) - Portugal adiou o leilão de 700 megawatts (MW) de nova energia solar, cuja crucial fase de qualificação de interessados estava prevista para Abril, devido ao surto de coronavírus, prevendo relançá-lo ainda no primeiro semestre se a situação acalmar, disse um porta-voz do Ministério do Ambiente.
Portugal tem uma capacidade solar instalada de cerca de 700 MW e tem como objectivo atingir os cerca de 7.000 MW desta energia renovável até 2030, tirando partido de ser um dos países da Europa com mais horas de sol por dia.
A fonte oficial do Ministério do Ambiente disse que a fase de apresentação do leilão ainda foi feita a 27 de Março, mas a fase de qualificação de interessados, que se seguia agora, e a posterior de licitação tiveram de ser suspensas.
"As fases de qualificação e licitação foram adiadas, devendo ser realizadas assim que a situação acalme. Continuamos a prever que estas duas fases se realizem ainda durante primeiro semestre", disse o porta-voz Paulo Chitas à Reuters.
Em junho, no seu primeiro mega leilão de energia solar, Portugal conseguiu um preço mínimo histórico a nível mundial, com uma das 24 licenças em oferta a ser vendida a 14,76 euros por MW hora (MWh). O anterior preço mais baixo mundial tinha sido alcançado na Índia em 2018 nos 16,7 euros MWh.
Este leilão de 1.150 MW em Portugal atraiu sobretudo players internacionais, como a espanhola Iberdrola IBE.MC , a francesa Akuo Energy, a britânica Aura Power ou a alemã Enerpac Projects.
O preço médio do leilão foi de 20 euros MWh, menos de metade do preço base definido de 45 MWh.
Portugal quer passar a fazer dois leilões de cerca de 700 MW cada por ano.
O Plano Nacional de Energia e Clima prevê até 2030 um investimento privado de 18.000 milhões de euros (ME) em nova capacidade de produção renovável e redes de transporte e armazenagem.
Portugal, que está em estado de emergência, tem 6.408 casos de infectados com coronavírus e 140 mortos, muito menos do que em Espanha ou Itália.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)