LISBOA, 14 Abr (Reuters) - O parlamento português prolongou na quarta-feira o estado de emergência por 15 dias, uma vez que os peritos de saúde alertaram que um relaxamento gradual das regras estritas de confinamento, agora em curso, poderia em breve levar a um salto significativo nos casos de coronavírus.
O estado de emergência confere ao Governo poderes para tomar medidas de emergência, tais como a imposição de um recolher obrigatório nocturno, se considerado necessário, embora a tendência geral seja actualmente a de aliviar um encerramento imposto em Janeiro para travar o que era então o pior surto mundial de COVID-19.
Portugal começou a levantar restrições no mês passado e desde então reabriu algumas escolas, esplanadas de restaurantes e cafés, museus e salões de cabeleireiro.
As pessoas saíram de casa para desfrutar do clima mais quente da Primavera, para ver os seus entes queridos e para desfrutar de uma refeição no exterior depois de mais de dois meses presas em casa.
Se aprovada, a terceira fase do plano governamental para facilitar o confinamento entrará em vigor a 19 de Abril, permitindo que cinemas, centros comerciais e áreas interiores de restaurantes reabram sob restrições destinadas a reduzir o risco de contágio.
Portugal já sofreu 828.857 casos e 16.931 mortes desde o início da pandemia. Embora a taxa de infecção tenha abrandado, os especialistas de saúde disseram que poderia levar de duas semanas a um mês para que atingisse o limite de 120 casos por 100.000 pessoas fixado pelo governo em Março.
Nessa altura, as autoridades disseram que o levantamento das medidas teria de ser reavaliado se esse limite fosse atingido.
"O nosso plano gradual e progressivo é implementado a um ritmo acordado - dependendo dos riscos enfrentados", disse a Ministra da Saúde, Marta Temido, após uma reunião com peritos de saúde na terça-feira.
"Poderá ter de ser travado (o plano) ou poderá ser capaz de ir em frente".
Cerca de 20 municípios, na sua maioria na região sul do Algarve, já atravessaram a "linha vermelha" de 120 casos por 100.000, à medida que a situação aí se deteriora novamente.
O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no Parlamento que o governo decidiria na quinta-feira se manteria regras mais estritas em vigor nas regiões mais afectadas.
Texto integral em inglês: Catarina Demony; Editado por Andrei Khalip e Gareth Jones Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)