LISBOA, 25 Fev (Reuters) - Portugal prolongou na quinta-feira até pelo menos meados de Março um confinamento nacional para combater a propagação do coronavírus, mas o seu presidente disse ao governo que elaborasse um plano para levantar gradualmente as apertadas restrições.
Portugal travou a sua batalha mais dura contra a pandemia no mês passado, quando registou o pior surto mundial de novas infecções e mortes per capita durante semanas, com o seu serviço de saúde à beira do colapso.
"Infelizmente a situação de calamidade pública causada pela pandemia da COVID-19 continua", disse o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa numa declaração, explicando que embora o número de casos tenha diminuído, a pressão sobre os hospitais continua elevada.
O confinamento reduziu rapidamente o número diário de casos e mortes, com apenas 49 mortes e 1.160 novos casos na quinta-feira - níveis vistos pela última vez em Outubro, quando as empresas ainda estavam abertas.
Rebelo de Sousa disse que um plano para facilitar as regras de confinamento deveria ser preparado para que, quando a situação pandémica o permitir, as medidas possam ser gradualmente levantadas. Em Maio de 2020, o governo adoptou uma abordagem sector a sector para sair do confinamento.
"O futuro desconfinamento deve ser planeado por fases, com base em recomendações dos peritos e em dados objectivos", disse Rebelo de Sousa, acrescentando que eram necessários mais testes COVID-19 e rastreio de contactos para que a flexibilização das medidas fosse um "sucesso".
O Parlamento votou a favor da prorrogação do confinamento até, pelo menos, 16 de Março. O confinamento entrou em vigor a 15 de Janeiro, imposto pela primeira vez desde a vaga inicial. Os serviços não essenciais estão fechados, o trabalho à distância é obrigatório sempre que possível e as escolas estão encerradas.
Nos termos da lei portuguesa, os regulamentos devem ser revistos de 15 em 15 dias, mas o Primeiro-Ministro António Costa disse anteriormente que provavelmente durariam até ao final do próximo mês.
Texto integral em inglês: (Por Catarina Demony; Editado por Andrei Khalip e Mark Heinrich; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)