Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 28 Fev (Reuters) - A EDP (SA:ENBR3) Renováveis EDPR.LS reforçou a aposta nos Estados Unidos como principal mercado, reservando a 'fatia de leão' da adição de nova capacidade até 2019 para aquele país, pois vê um 'outlook' "muito forte" apesar da incerteza sob a égide da Administração Trump, segundo o Chief Executive Officer (CEO).
"Toda a gente sabe que temos um novo horizonte político, a questão é até que ponto o cenário político vai reduzir o tamanho deste mercado ou a rentabilidade", disse o CEO João Manso Neto, numa 'conference call' com analistas.
"Na nossa opinião o mercado vai continuar a ser muito forte. Continua a haver muito boas condições para providenciar recursos eólicos e solares a um baixo preço".
A EDPR projecta um crescimento de cerca de 10 pct do EBITDA-lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações em 2017 e tem um 'pipeline' de 1,5 Gigawatts em projectos até 2019, a maioria dos quais nos Estados Unidos, Brasil e Portugal. um lado esperamos manter os 'PTCs-Production Tax Credits' que foram aprovados pela mesma Câmara (dos Representantes) e Senado que temos hoje. Não apenas as extensões mas o 'phased out'", referiu João Manso Neto.
"O novo Secretário de Estado do Tesouro disse o mesmo, por isso tudo aponta nessa direcção: ajudar a energia eólica a ser capaz de ser rentável e a baixos preços".
Em Janeiro, os comentários do recém-nomeado Secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos numa audição no Senado a sugerirem que o 'phase out' dos créditos fiscais às renováveis poderá ser mais suave do que o mercado tem receado levou ao disparo das acções da EDPR. o 'phase out'", disse o Secretário de Estado do Tesouro nomeado, Steve Mnuchin, numa audição, quando questionado por um senador sobre a sua posição quanto ao plano actual de uma remoção progressiva dos incentivos até 2020.
"Os EUA vão continuar um mercado muito sólido e nós continuamos a vê-lo como o nosso principal mercado", vincou o CEO da EDPR.
O lucro da 'utility' portuguesa caiu 66 pct para 56 milhões de euros (ME) em 2016, pior do que o previsto pelos analistas, penalizado pelo aumento dos custos financeiros e efeitos não-recorrentes como recursos eólicos abaixo da média e um encaixe no período comparável. outro lado vemos um aumento na procura", acrescentou João Manso Neto. "As renováveis são, do ponto de vista da vontade política, claramente pró-crescimento, pró-emprego, incentiva a economia local.(...) Há 300.000 empregos no solar e no eólico nos EUA".
Numa apresentação, a EDPR afirmou que: "uma reforma fiscal poderia ser globalmente positiva, especialmente para entidades sólidas, é demasiado cedo para a avaliação de impactos absolutos".
A EDPR lembrou que a energia eólica forneceu 4,7 pct da electricidade dos EUA em 2015.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)