Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 10 Mai (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o cenário externo e com os investidores mais otimistas com o andamento da reforma da Previdência, considerada importante para colocar as contas públicas em ordem.
O dólar BRBY recuou 0,57 por cento, a 3,1668 reais na venda, depois de marcar a mínima do dia a 3,1517 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha baixa de cerca de 0,90 por cento no final da tarde.
"No resultado de ontem, o mercado entendeu que o governo teve mais força e pode conseguir passar o texto (da reforma da Previdência)", afirmou o gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
Na noite passada, a comissão especial da reforma da Previdência concluiu a votação da proposta, com a recusa de nove dos dez destaques apresentados ao texto, que agora seguirá para apreciação em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. O governo precisa reunir 308 votos para aprovar o texto, mas sabe que ainda não tem margem segura. desfecho dessa votação sem grandes mudanças levou o banco Itaú Unibanco ITUB4.SA a elevar sua projeção de economia com a reforma para 530 bilhões de reais em 10 anos, 30 bilhões de reais a mais do que a previsão anterior. fator que animou os investidores neste pregão foi a expectativa de acordo no Senado para aceleração da reforma trabalhista, lembrou a corretora Lerosa em comentário a clientes. Na véspera, o presidente Michel Temer defendeu que a bancada do PMDB no Senado ajude a acelerar a votação da reforma na Casa. mercado também foi influenciado pelo exterior, onde o dólar cedia ante uma cesta de moedas .DXY e divisas de países emergentes, como os pesos chileno CLP= e mexicano MXN= . Os investidores reagiam à demissão do diretor do FBI, James Comey, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com temores de que a implementação da agenda econômica norte-americana possa ser atrasada. prometeu gastar pesadamente em infraestrutura e cortar impostos, alimentando apostas de mais inflação que poderiam forçar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar as taxas de juros mais rápido do que o esperado. Ritmo mais lento de inflação reforçaria a atratividade de ativos dos mercados emergentes, que oferecem maiores rendimentos.
O avanço dos preços do petróleo também contribuiu para o recuo do dólar, comentaram profissionais. A commodity subiu depois da queda maior do que a esperada nos estoques nos Estados Unidos e com as tentativas da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) de equilibrar o mercado por meio de cortes da produção. Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão. Em junho, vencem 4,435 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. (Edição de Patrícia Duarte)