PARIS, 1 Mar (Reuters) - O candidato presidencial conservador francês François Fillon prometeu continuar na corrida eleitoral esta quarta-feira apesar da intenção de um magistrado de o colocar sob investigação formal por alegado uso indevido de fundos públicos.
A sua declaração, na sede de campanha, veio depois de uma manhã de especulações sobre se estaria prestes a abandonar a campanha depois da decisão de adiar uma visita a uma feira agrícola em Paris.
Veio também numa altura em que as sondagens de opinião continuam a mostrar que ele deverá perder as eleições. As sondagens mostram o centrista independente Emmanuel Macron a consolidar o seu 'status' como favorito, e a colocar também a líder de extrema-direita da Frente Nacional, Marine Le Pen, entre os principais candidatos.
A campanha de Fillon tem sido influenciada desde Janeiro por uma investigação oficial a alegado uso indevido de dinheiro dos contribuintes, envolvendo centenas de milhares de euros pagos à sua esposa e família. Fillon era o favorito à vitória até ao início deste caso.
Ele tem negado qualquer culpa nas alegações de uma jornal satírico de que a sua esposa não tinha trabalhado muito pelo seu salário enquanto assistente parlamentar e outras funções.
Esta quarta-feira, ele revelou que os magistrados que investigam o caso, nomeados na semana passada, se preparam para o colocar sob investigação formal, e o chamaram para comparecer perante eles no dia 15 de Março.
Fillon disse que este processo é um "assassinato político", mas irá cooperar e comparecer perante os juízes como pedido.
"Não vou desistir, não me vou render, não vou sair, vou lutar até ao fim", disse Fillon.
Texto original em inglês: de Sudip Kar-Gupta, Traduzido para português por João Maurício em Gdynia, Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)