LISBOA, 16 Set (Reuters) - O indicador coincidente do Banco de Portugal (BP) para a actividade económica portuguesa cresceu em Agosto último, pelo segundo mês consecutivo, mas o indicador coincidente do consumo privado voltou a diminuir, mantendo o perfil de queda iniciado em Janeiro, anunciou o BP.
Os indicadores coincidentes são indicadores compósitos que procuram captar a evolução subjacente da variação homóloga do respetivo agregado macroeconómico.
O banco central referiu que o indicador coincidente mensal para a actividade económica cresceu 0,5 pct em Agosto de 2016, depois de uma subida de 0,3 pct no mês anterior e que compara com um aumento de 1,3 pct em Agosto de 2015.
Por seu turno, o indicador coincidente do consumo privado subiu 1,6 pct em Agosto do corrente ano, face ao crescimento de 1,8 pct no mês anterior e de 2,4 pct no mês homólogo de 2015.
"Em Agosto, o indicador coincidente mensal para a atividade económica aumentou pelo segundo mês consecutivo, após a estabilização verificada em Junho", referiu o banco central.
Acrescenta que, "por sua vez, o indicador coincidente mensal para o consumo privado manteve o perfil descendente iniciado em Janeiro, após a estabilização observada desde meados de 2015".
A economia portuguesa cresceu em cadeia uns tímidos 0,3 pct e 0,9 pct, em termos homólogos, no segundo trimestre de 2016, com a fraca procura interna a perder fôlego, mas as exportações líquidas deram um contributo positivo, sendo quase impossível o Governo atingir o crescimento previsto de 1,8 pct em 2016.
Portugal tem vindo a confirmar os riscos previstos pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP), órgão independente que vê uma expansão de apenas 1 pct este ano, muito abaixo da meta do Governo, embora veja o défice público a fixar-se nos 2,6 pct, apenas ligeiramente acima do imposto por Bruxelas.
O Primeiro-Ministro tem referido que o défice público ficará "confortavelmente" abaixo dos 2,5 pct que Bruxelas impôs para este ano, apesar do crescimento moderado da economia, e que vai manter a trajectória da consolidação orçamental.
O Executivo socialista está a preparar o Orçamento de Estado de 2017 para entregá-lo no Parlamento até 15 de Outubro.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)