LISBOA, 27 Set (Reuters) - O fim dos limites de voto por accionista no BPI BBPI.LS é positivo para os bancos portugueses porque vai permitir ao Caixabank CABK.MC implementar um plano de racionalização e encorajar os rivais a seguir o mesmo caminho, segundo a agência de notação Fitch.
"Quando o Caixabank assumir o controlo do BPI, será mais fácil implementar as mudanças estratégicas essenciais para reforçar a rentabilidade e o perfil de crédito", afirmou a Fitch, numa nota.
"Agora que tal (desblindagem) foi alcançada, acreditamos que há uma elevada probabilidade da transacção ser finalizada".
No passado dia 21, a Assembleia Geral do BPI aprovou o fim do limite de 20 pct aos direitos de voto, abrindo a porta ao sucesso do 'bid' do Caixabank, com Isabel dos Santos a a abster-se. A empresária angolana não decidiu se a sua holding Santoro manterá, reduzirá ou venderá os 18,6 pct que tem no BPI, no âmbito da OPA. permitir aos novos donos (Caixabank) implementar um plano de racionalização, que encorajará outros bancos a seguirem pelo mesmo caminho", disse a Fitch.
"Um 'take over' com sucesso terá implicações positivas no curto a médio prazo para os 'ratings' do BPI", afirmou.
Sublinhou que o Caixabank quer implementar um plano de reestruturação, cortando os custos operacionais do BPI em cerca de 13 pct a partir do terceiro ano após a consolidação.
"Vemos tal como positivo porque manter a eficiência de custos num ambiente de baixas taxas de juro é crucial para os bancos portugueses, particularmente porque o crescimento (da economia) deverá abrandar na segunda metade de 2016 e em 2017", concluiu a agência de notação.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)