FRANKFURT, 16 Fev (Reuters) - Os decisores de política monetária do Banco Central Europeu pediram, na reunião do último mês, que o banco mantenha uma mão-firme, mostram as minutas do encontro, sugerindo fraco apetite para retirar os estímulos enquanto a Europa se prepara para eleições importantes.
Argumentando que o recente crescimento da inflação é temporário e que as ameaças ao crescimento se mantêm, os decisores chegaram a um acordo alargado para manter a política inalterada.
Mantiveram mesmo a porta aberta para mais estímulos apesar do acelerar do crescimento, dizem esta quinta-feira as minutas da reunião de 19 de Janeiro.
Com a França, a Holanda e a Alemanha, três das maiores economias, a preparar-se para eleições, tem-se esperado que o BCE se mantenha à margem, revisitando a sua posição apenas no Outono e esperando evitar tornar-se um alvo político.
Na verdade, a candidata presidencial francesa Marine Le Pen propôs a saída do euro enquanto responsáveis alemães e holandeses criticaram várias vezes a política de dinheiro fácil do BCE.
"O Conselho de Governadores é visto como ser aconselhável manter-se paciente e manter uma "mão-firme" para promover a estabilidade e previsibilidade num ambiente ainda caracterizado por um alto nível de incerteza", disse o BCE.
Os preços crescentes têm sido um ponto contencioso recentemente. No último mês, a inflação atingiu o objectivo do BCE - perto mas abaixo dos 2 pct - provocando apelos de decisores políticos conservadores em locais como a Alemanha para que o banco corte os estímulos.
Dois dos seis membros do 'board' também abordaram, recentemente, a perspectiva de apertar a política de estímulos, quer por ajustamento da 'guidance' do BCE ou abrindo uma discussão acerca do fim da compra de activos.
No entanto as minutas sugerem pouca discordância entre os decisores de política monetária, com 'largo' apoio a favor de uma posição firme face às políticas actuais, incluindo na 'guidance' do banco.
Texto integral em inglês: (Reportagem de Balasz Koranyi, Traduzido para português por João Maurício em Gdynia;Editado em português por Daniel Alvarenga em Lisboa)