LISBOA, 15 Set (Reuters) - Os novos contratos de crédito ao consumo em Portugal tiveram uma descida homóloga de 0,2 pct para 439 milhões de euros (ME) em Julho de 2016, depois de vários meses de crescimento, segundo dados do Banco de Portugal (BP).
Realça que o crédito pessoal destinado à Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos teve um disparo homólogo de 70,4 pct para 3,15 ME. Quando comparado com o mês anterior subiu 2,7 pct.
No entanto, foi a rúbrica de outros créditos pessoais sem finalidade específica aquela que teve um maior peso, tendo em Julho último ascendido a 180 ME, a que corresponde uma descida de 1,4 pct.
No caso do crédito automóvel, o valor dos empréstimos para viaturas novas, com reserva de propriedade e outros, cresceu 8,1 pct, em termos homólogos, para 43,1 ME, enquanto na mesma modalidade, mas para automóveis usados, a subida foi de 17,2 pct para 107,5 ME.
O crédito para compra de automóveis usados em locação ou ALD subiu 7,1 pct para 6,5 ME, mas para viaturas novas caiu 18,3 pct para 25,6 ME.
O banco central realça ainda que o crédito via cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto diminuiu 15,4 pct, em termos homólogos, para 73,4 ME.
Estes valores são obtidos a partir de informação que as instituições de crédito reportam ao BP.
O número de novos contratos de crédito ao consumo em Portugal recuou 7,8 pct em Julho de 2016, face ao período homólogo de 2015. Quando comparado com o mês anterior, houve uma queda de 7,6 pct.
O actual Governo socialista deu prioridade este ano ao relançamento do crescimento económico assente no aumento de rendimento das famílias e no apoio ao investimento das empresas.
O Executivo prevê uma expansão de 1,8 pct do PIB em 2016, estimando que o consumo privado cresça 2,4 pct, face aos 2,6 pct do ano passado.
A economia portuguesa com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9 pct, depois de três anos de dura recessão durante o resgate internacional, com a expansão a acelerar para 1,5 pct em 2015.
No entanto, o OE trouxe um agravamento em 50 pct do Imposto do Selo sobre o crédito ao consumo, dados os elevados níveis de endividamento das famílias portuguesas, e uma subida do Imposto sobre Veículos e do Imposto sobre Produtos Petrolíferos.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)