LISBOA, 27 Abr (Reuters) - Medidas dispendiosas de apoio às empresas e famílias portuguesas permanecerão em vigor enquanto for necessário, apesar do enorme buraco orçamental que causaram nos primeiros meses de 2021, disse o Ministro das Finanças na terça-feira.
Na segunda-feira, o governo português reportou um défice de 2,3 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2021, em comparação com um excedente de 103 milhões de euros há um ano, devido à enorme despesa para ajudar as famílias e as empresas durante o 'lockdown'.
Estas medidas extraordinárias aumentaram a despesa pública em cerca de 2,1 mil milhões de euros nos primeiros três meses, dos quais 932 milhões foram gastos só em Março.
O Ministro das Finanças, João Leão, disse a uma comissão parlamentar que "embora estes apoios (medidas) sejam muito intensos, são importantes para que as empresas mantenham a sua actividade e empregos, e para se prepararem para a fase de recuperação".
"O apoio às famílias, trabalhadores e empresas continuará a todo o custo, enquanto a actividade económica for condicionada pela pandemia", disse Leão.
A nação de 10 milhões de pessoas foi particularmente atingida pela terceira vaga da pandemia, experimentando o que foi o pior surto de coronavírus do mundo, e está agora gradualmente a aliviar as rigorosas medidas de confinamento impostas em meados de Janeiro.
Leão afirmou que as medidas permitiram que a taxa de desemprego se mantivesse em 6,8% em 2020 e que o investimento diminuísse apenas em 2%.
A economia dependente do turismo do país contraiu-se 7,6% no ano passado, a sua recessão mais abrupta desde 1936.
Há duas semanas, o governo reduziu a sua previsão de crescimento económico para 4% em 2021, de 5,4%, e disse que o défice orçamental deveria atingir 4,5% do produto interno bruto este ano, contra os 5,7% do ano passado.
Texto integral em inglês: Sergio Goncalves; Editado por Catarina Demony e Giles Elgood; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)